DF: Polícia reprime ocupação de luta por moradia em Ceilândia

DF: Polícia reprime ocupação de luta por moradia em Ceilândia

Manifestantes resistem à despejo policial no DF. Foto: Reprodução

Na manhã do dia 07/10, a Polícia Militar (PM) do Distrito Federal invadiu uma ocupação de luta por moradia em Ceilândia, DF, com o objetivo de desocupar imediatamente a área. Cerca de 400 manifestantes resistiram no local e organizaram um ato combativo. Contra a repressão da polícia à ocupação, os ocupantes montaram barricadas e agitaram bandeiras e faixas na pista próxima ao local, além de atearem fogo em pneus.

Indignados com a expulsão, os manifestantes conseguiram retardar o processo de desocupação. A PM atacou os manifestantes com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Os policiais também invadiram casas de quadras próximas em busca de punir manifestantes que tentaram escapar da violência policial. Várias pessoas foram feridas pela polícia, algumas chegaram a ficar inconscientes, e um bebê de três meses sofreu com falta de ar devido à inalação do gás.

Povo resiste à despejo brutal pela PM em Ceilândia, DF. Foto: Reprodução/ G1 DF

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), menos de uma semana após ser reeleito no primeiro turno da farsa eleitoral, anunciou na noite de quinta-feira, dia 06/10, a remoção das famílias na área ocupada na manhã do dia seguinte, em tom de ameaça.

A Defensoria Pública apresentou uma proposta de realocação, mantendo a remoção imediata das famílias, a demolição dos barracos construídos e prometendo realocar somente aquelas famílias que comprovarem algum tipo de vulnerabilidade. Além disso, não foi deixado claro de que maneira isto se daria. 

A insatisfação da população local aumentou por medo de retaliação, tendo em vista que aqueles que participaram da ocupação estavam ameaçados de serem cortados da lista para obter moradias oferecidas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab). Ainda que o acordo de desocupação (intermediado pela Defensoria Pública) tenha se dado sob condição de que as famílias que deixassem a área se mantivessem cadastradas no programa, há desconfiança com relação ao cumprimento dos termos do acordo, diante de anos de descaso por parte do governo.

A área, localizada na QNR 6, às margens da BR-070, em Ceilândia, foi ocupada por dezenas de famílias sem-teto na noite de sexta-feira, dia 30 de setembro. A ocupação foi conduzida pelo Movimento Resistência Popular (MRP), e recebia, desde então, apoio de organizações populares e movimentos sociais do Distrito Federal.

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