DF: Professores do ensino público aprovam indicativo de greve

Professores da rede pública do DF votam pela aprovação do indicativo de greve. Foto: Banco de Dados AND

DF: Professores do ensino público aprovam indicativo de greve

No dia 14 de março, os profissionais da educação da rede pública do Distrito Federal (DF), categoria composta por professores e orientadores educacionais, aprovaram um indicativo de greve durante uma assembleia da categoria. Com a greve, os professores buscam o aumento salarial (após congelamento de oito anos), as nomeações imediatas dos professores concursados que estão sob regimes temporários, a reestruturação da carreira e prosseguir a luta contra o Novo Ensino Médio.

A assembleia ocorreu pela manhã no estacionamento do Eixo Cultural Ibero-americano, antiga Funarte, no Eixo Monumental, em Brasília. Estiveram presentes milhares de trabalhadores da educação das diferentes regiões administrativas do DF. 

Segundo o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), que está promovendo a campanha, os professores no DF acumulam uma defasagem salarial acumulada de 47%. Atualmente, a carreira do magistério público é a penúltima carreira de ensino superior em valor do vencimento básico no Distrito Federal.

Além do reajuste salarial, os professores também exigem a reestruturação da carreira, de forma a adequá-la ao Plano Distrital de Educação. A mudança exigida equipararia o vencimento básico, no mínimo, à média da remuneração das demais carreiras de servidores públicos do DF com nível superior. Os trabalhadores reivindicam ainda a contratação imediata dos servidores aprovados em concurso, já que mais de 40% da categoria trabalha atualmente em regime de contratação temporária, sem direito à progressão salarial na carreira e nem estabilidade em suas vagas.

Em entrevista ao AND, Jonas, professor temporário de Ensino Médio, conta: “Atualmente nas escolas existe um quantitativo muitas vezes superior de professores temporários [em relação aos efetivos totais] e que trabalham em condições de não saber o seu futuro. Podem ser devolvidos em qualquer instante, não encontram nenhuma estabilidade, e o pior de tudo: não podem dar continuidade ao trabalho que iniciam em sua escola e isso precariza muito o aprendizado da juventude”. Além disso, afirma que: “O GDF [Governo do Distrito Federal] precisa convocar imediatamente os aprovados em concurso e zerar as carências” – isto é, as vagas remanescentes que são preenchidas por professores temporários.

Outra pauta que preocupa os professores é o “Novo” Ensino Médio: “Notoriamente não funciona”, afirma o professor, que explicou que os professores substitutos em contrato temporário muitas vezes são chamados para cumprir cargas de poucas horas semanais, especialmente para trabalhar as chamadas “trilhas”, disciplinas que fundem diferentes áreas do conhecimento, obrigando muitos professores a trabalhar conteúdos para o qual não receberam formação. Além disso, muitas vezes os estudantes não puderam efetivamente escolhê-las, dada a falta de vagas nas disciplinas de maior interesse.

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