Com informações da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e Mobilização Nacional Indígena
Mais de 3 mil indígenas ocupam as principais ruas da capital do país, desde a manhã de hoje, em protesto contra os ataques realizados pelo gerenciamento de turno de Michel Temer/PMDB e para exigir a demarcação das terras indígenas em todo o país.
As seis faixas da via S2 do Eixo Monumental foram fechadas.
“Estamos aqui para dizer que não estamos lutando apenas pelos povos indígenas mas por toda a nação. Sem as terras indígenas, não há sobrevivência!”, afirmou Angela Katxuyana.
“A rua é nossa e hoje estamos aqui para dizer para Michel Temer que não temos medo dele”, frisou Alessandra Munduruku.
O protesto faz parte do Acampamento Terra Livre (ATL), evento que reúne indígenas de todo o país para debater a organização dos povos indígenas frente aos ataques do gerenciamento de Michel Temer/PMDB. O ATL se iniciou na segunda-feira (23/04) e vai até amanhã (27/04).
Protesto na AGU
Ontem, cerca de 2,5 mil manifestantes realizaram um protesto em frente à sede da Advocacia-Geral da União (AGU), em Brasília, onde cobraram a demarcação das terras indígenas.
Os manifestantes, em sua maioria indígenas, também exigiram a revogação do parecer 001/2017 do órgão do velho Estado, denominado pelos indígenas como “Parecer do Genocídio”, que adota a tese do “marco temporal” em toda as instituições e instâncias do genocida Estado brasileiro.
“Temos lideranças indígenas de todo Brasil. Viemos aqui para dizer para a Advocacia-Geral da União (AGU) que não é possível que ela continue decidindo medidas que coloquem em risco o futuro das próximas gerações dos nosso povos. O parecer 001/2017 coloca em xeque às demarcações”, afirmou Weibe Tapeba, em frente à sede da AGU.
No mesmo dia, 25 lideranças indígenas se reuniram com a ministra da AGU, Grace Mendonça, no qual exigiram o fim do parecer e retomada das demarcações.
O decreto da AGU praticamente enterra a viabilidade do processo de demarcação das terras indígenas pela via institucional, tendo em vista a expropriação histórica das terras dos povos indígenas, que se perpetua até os dias de hoje, por exemplo, por meio dos latifundiários, dos monopólios (nativos e estrangeiros) e pelo velho Estado.