No início da tarde do dia 12 de janeiro, um vagão do metrô do Distrito Federal pegou fogo entre as estações Concessionárias e Águas Claras. No momento do incêndio o trem estava vazio, segundo a Companhia do Metropolitano (Metrô-DF). As estações foram fechadas e o serviço paralisado temporariamente.
Ainda não há detalhes do que provocou o fogo, mas o Metrô-DF já foi afetado por incêndios relacionados às péssimas condições do transporte anteriormente. O ano passado foi todo atravessado por casos desse tipo. No dia 28 de fevereiro, o serviço de metrô do DF foi completamente interrompido durante toda a manhã e início da tarde por uma pane. Em 27 de outubro, um curto circuito na linha próxima à Estação Central causou uma explosão, ocasionando um tumulto que feriu 2 pessoas. Já em 14 de novembro, uma pane atrasou os serviços durante a manhã. Passageiros tiveram que desembarcar e uma mulher chegou a desmaiar, precisando ser socorrida. Em dezembro, um trem precisou ser evacuado na Estação Shopping após começar a apresentar problemas técnicos, muito barulho e fumaça. As vias também precisaram ser desligadas por conta do problema
Precarizar para privatizar
Toda essa situação ocorre ao mesmo tempo em que o governador Ibaneis Rocha busca avançar com os planos de privatização do metrô sob as falsas promessas de “modernização”. Em 2022, ele declarou ao monopólio de imprensa G1 que “colocamos um projeto, que está parado no Tribunal de Contas do Distrito Federal. Infelizmente, o tribunal parou esse processo, que é o processo da concessão do metrô. Nós precisamos que essa concessão saia o mais rápido possível e para que a gente tenha essa modernização”.
Esse conjunto de eventos evidencia o cenário em que o Metrô-DF se encontra: o sucateamento deliberado do serviço com a intenção de privatizá-lo. A precarização se expressa tanto na condição física dos vagões quanto na falta de funcionários. O Metrô-DF não realiza concurso público desde o ano de 2013.
O Metrô-DF opera com capacidade máxima. A rede de três é insuficiente para atender integralmente a população e as estações e trens ficam constantemente superlotados, especialmente nos horários de pico.
Os planos privatistas do governo distrital já atingiram outras áreas da cidade, como a Rodoviária do Plano Piloto no final de 2023. Há também a tentativa de privatizar os espaços públicos do Centro de Brasília. Todas essas tentativas foram rechaçadas por diversos setores das massas do distrito, desde trabalhadores, dentre eles camelôs, e estudantes.
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal (Sindmetrô-DF) convocou um panfletaço contra o sucateamento, privatização do metrô e pela realização de concursos públicos. Os atos estão previstos para ocorrer nos seguintes locais e dias:
- 16/01: na Rodoviária do Plano Piloto, às 17h
- 17/01: na Praça do Relógio, às 17h
- 18/18: na Estação Ceilândia Centro, às 7h
- 19/01: na Estação Terminal Samambaia, às 7h
Em 2021, os metroviários do Distrito Federal realizaram a maior greve da história da categoria no distrito entre os meses de abril e outubro daquele ano, totalizando 187 dias. A greve conquistou o pagamento dos retroativos, o plano de saúde e a volta do auxílio-alimentação, que fora cortado.