Casal foi assassinado abraçado tentando fugir da queimada provocada por latifundiários em Machadinho do Oeste, Rondônia. Foto: Reprodução/Redes Sociais
Nos dias 10 e 11 de agosto foi promovido o “Dia do fogo”, uma ação política dos latifundiários que devastou produções dos camponeses e pequenos produtores e cobriu várias regiões do país com nuvens de fumaça.
Segundo o jornal Folha do Progresso, do interior do Pará, o objetivo foi promover queimadas em vastas regiões do país de modo coordenado para destruir florestas e áreas de preservação ambiental, em apoio à política pró-latifundiária do presidente fascista Jair Bolsonaro. As queimadas tomaram áreas de pastagem na região do Pará, em toda a região Amazônica e até mesmo no Centro-Oeste e na tríplice fronteira com a Bolívia e o Paraguai.
Destruição causada pelo fogo na Linha TB-14, em Rondônia. Foto: Reprodução/Redes Sociais
Em Rondônia, no dia 13 de agosto, o fogo das queimadas foi se alastrando ao longo da Linha TB-14 e atingiu dezenas de casas, incluindo o assentamento Galo Velho, no município de Machadinho do Oeste, forçando os moradores a abandonar suas casas com medo. Depois do fogo se extinguir, os camponeses retornaram ao local e encontraram, além de suas casas e pertences destruídos, o corpo de um casal abraçado que foi assassinado carbonizado pela queimada dos latifundiários. Em Porto Velho (RO), a fumaça chegou a comprometer voos que sobrevoariam o estado.
Corredor de fumaça provocado pelas queimadas. Os pontos vermelhos são altas concentrações de monóxido de carbono na atmosfera, provindas de queimadas em andamento. Imagem: Windy
Na mesma semana, diversas reservas ambientais foram atingidas pelas queimadas, no Norte e no Centro-Oeste. Entre elas, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO), um dos mais importantes do Brasil, que já havia sido atingido por um grande incêndio criminoso em 2017, que destruiu quase 30% da reserva. Outro atingido foi o Parque Natural Serra dos Parecis, na fronteira com a Bolívia, em RO. É comum as queimadas serem utilizadas como estratégia de grilagem por latifundiários para aumentar a fronteira de suas propriedades sobre os parques, criando áreas de pastagem.
De todos os estados, o Pará foi o que contabilizou mais focos de incêndio, principalmente nos municípios de Altamira e Novo Progresso: só no primeiro, foram 194 focos no dia 10 e 237 no dia seguinte. Novo Progresso mantinha uma base de fiscalização ambiental que foi fechada recentemente, devido ao descaso e complacência da Polícia Militar e da Força Nacional, ligada ao Ministério da Justiça, com o latifúndio.