Carro é queimado durante os protestos (Fonte: Dem Volke Dienen)
Durante os dias 6 e 7 de junho, o bairro proletário Gellerupparken em Århus, cidade na Dinamarca, se ergueu em rebelião contra o assassinato de um militante antifascista a tiros cometido pela polícia.
O crime aconteceu após o militante ter tentado esfaquear a liderança fascista Rasmus Paludan do partido reacionário e anti-imigrantes chamado “Linha Dura” em um evento de extrema-direita, no dia 5 de junho.
Durante o dia 06/06, centenas de pessoas se manifestaram para denunciar o criminoso assassinato do homem pela polícia, no intuito de proteger a liderança fascista. Já no começo da noite, a juventude incendiou vários contêineres e um carro, respondendo à repressão policial com pedras e disparando fogos de artifício. Reforços da polícia e os bombeiros tiveram de ser chamados na tentativa de dispersar a manifestação.
Na madrugada do dia 07/06, uma repressão ainda mais intensa começou, com a prisão de manifestantes. Um garoto de 16 anos foi o primeiro, acusado de atirar pedras contra a polícia. Horas depois, um garoto de 15 anos foi detido acusado de atirar fogos de artifício. O terceiro foi um rapaz de 18 anos, preso por gritar contra um policial. Os três foram soltos na manhã do mesmo dia, mas continuam sob processo.
Antifascistas combatem a extrema-direita e o imperialismo dinamarquês
De acordo com o jornal revolucionário dinamarquês Socialistik Revolution, em 2019, uma grande revolta popular eclodiu no dia 14 de abril em resposta a uma manifestação xenófoba “anti-muçulmanos” organizada pelo fascista Paludan. Nesse dia, cerca de 70 barricadas em chamas foram erguidas em Copenhagen, fogos de artifício e pedras foram atirados contra as forças de repressão. Carros e lixeiras foram queimados pelos antifascistas. A polícia prendeu 23 manifestantes sob acusações de “violência”.
Paludan tem um histórico de ataques contra povos islâmicos e negros da Dinamarca, afirmando em um vídeo de 2018 que “O inimigo é o Islã e os Muçulmanos. A melhor coisa seria não ter um muçulmano restante nesse mundo. Então nós teríamos atingido nosso objetivo final”.
O jornal popular e democrático denuncia que, enquanto uma figura abertamente fascista participa da farsa eleitoral do Estado reacionário dinamarquês, muçulmanos sofrem uma perseguição sistêmica, incluindo diversas ameaças para que não realizem suas práticas religiosas, como o Ramadã.
Esse ano, Mattias Tesfaye, Ministro da Imigração e Integração, fez censuras à comemoração tradicional muçulmana, usando dados inexistentes sobre um suposto “número desproporcionalmente maior de imigrantes” ocupando leitos nos hospitais por contaminações relacionadas ao Coronavírus. Quando confrontado sobre a alegação falsa, o ministro tergiversou apresentando dados de outros países.
Protestos de 14/04/2019 (Fonte: The New York Times)