Donald Trump, ex-presidente ultrarreacionário e atual candidato favorito à presidência dos Estados Unidos, foi alvejado por um atirador de raspão, na orelha, durante comício em Butler, na Pensilvânia, às 18h13 do dia 13 de julho (19h13 no horário de Brasília). Um espectador do comício foi morto, além do atirador, e outras duas pessoas ficaram gravemente feridas.
Até o momento as informações estão se confirmando. O que já se sabe é que o atirador, morto pelo serviço secreto norte-americano em resposta ao disparo, estava em posição privilegiada, tendo subido em um telhado que não supera dois andares de altura, próximo do palco e com mira limpa para o ex-presidente e atual candidato. Além disso, para acessar a área em que estava, teoricamente o atirador teve que passar pela revista da polícia local e do FBI, além de ter se mantido ali em que pese a ostensiva varredura que deveria ser realizada pelo serviço secreto. Testemunhas no local indicam, ao monopólio de imprensa, que viram o atirador e questionam como o serviço secreto norte-americano não teria o visto.
O monopólio de imprensa informa que o clima de perplexidade tomou o público. Imediatamente, lideranças do partido ultrarreacionário “Democrata”, como o ex-presidente genocida Barack Obama, se adiantaram a condenar a ação contra Trump e evitar o desgaste eleitoral e, principalmente, que a violência política escale e se generalize (risco que não pode ser descartado, dado o grau de divisão das classes dominantes ianques e falsa polarização entre as massas). O mesmo fez o atual presidente, Joe Biden, que disse ser contrário à violência política “doentia”.
Até o momento, ainda é pouco mensurável os impactos políticos, mas é ponto pacífico, entre todos os articulistas, reacionários ou progressistas, a ideia de que a crise política na superpotência imperialista tende a atingir novos e mais elevados patamares. É, também, tendência que Trump saia fortalecido desse incidente: se já era, antes, favorito, agora tende a consolidar essa posição. Os ultrarreacionários do Partido Democratas tentarão vincular, mais tarde, este ocorrido à própria postura de Trump, acusando-o de ser o iniciador do “ciclo de violência” na política, por outro lado, se produzirá crise também entre estes, pois as circunstâncias exigirão um candidato “democrata” mais capacitado, do que tem se mostrado Joe Biden, para lidar com o enorme desafio político que representa reverter o quadro pós-atentado. Além disso, se produzirá inevitavelmente um acirramento da falsa polarização ultrarreacionária e uma campanha eleitoral ainda mais virulenta, o que vai ao encontro de tentar dar legitimidade ao sistema político da democracia burguesa em desmoronamento na campanha por “votos contra o mal maior”. No limite, o atentado pode gerar novos episódios em espiral, o que ameaçaria ainda mais a já instável situação política nos Estados Unidos. Por fim, não se pode descartar, a essa altura, que se trate de uma patranha ou armação, pois está escrito na história das classes dominantes ianques o manejo da manipulação da opinião pública para seus fins ultrarreacionários através da comoção.
Independente de qualquer coisa, é indubitável que esse acontecimento é reflexo de uma profunda crise do sistema imperialista, como se acha mergulhada a superpotência hegemônica única EUA, e que essa crise chegou, uma vez mais, às raias da eliminação física dos contendentes à presidência, como não se via desde os tempos da “Guerra Fria”. É uma prova mais da notável profundidade da crise geral de decomposição, que penetra da economia em estagnação e recessão ao longo de vários decênios, até a divisão profunda de seus ideólogos e políticos.
O AND estará atento aos desdobramentos ao longo do domingo (14) e segunda-feira (15), trazendo novas atualizações. Também abordará o tema em detalhes no Editorial a ser publicado na terça-feira (16) e no canal do YouTube na segunda-feira (15).