RJ: 12 pessoas são levadas de Cabo Frio até Linhares com falsa promessa de emprego em cafezal

Segundo as vítimas, um agente da prefeitura fez a proposta de emprego. Defensoria Pública do RJ acusou a prefeitura de Cabo Frio de "higienização".
Ônibus abandonou pessoas em uma cidade do ES. Foto: Viviane Maciel/ TV Gazeta

RJ: 12 pessoas são levadas de Cabo Frio até Linhares com falsa promessa de emprego em cafezal

Segundo as vítimas, um agente da prefeitura fez a proposta de emprego. Defensoria Pública do RJ acusou a prefeitura de Cabo Frio de "higienização".

Doze moradores de Cabo Frio (RJ), entre eles moradores de rua e uma grávida, denunciam que foram enganados com uma falsa promessa de emprego em um cafezal. Segundo eles, a promessa envolvia salários de R$ 20 mil para trabalhar na plantação, mas eles acabaram abandonados por um micro-ônibus em Linhares (ES) no dia 8 de abril. 

O grupo diz que a proposta de emprego foi feita pelo coordenador da Casa de Passagem de Cabo Frio, Thadeu Couto. Já Couto afirmou que nunca fez nenhuma promessa de emprego, apenas a solicitação de transporte. 

Câmeras identificaram o micro-ônibus sem identificação passando por Linhares. Das 12 pessoas, 6 foram para a Casa de Acolhida São Francisco de Assis, as outras foram para o Grupo de Resgate em Farias.

A secretaria municipal iniciou a busca pela família das vítimas e disponibilizou o número de telefone (27) 98115-2740 para dar informações aos familiares. Até então, um dos homens, natural da Bahia, já teve a família identificada e o município informou que providenciará o retorno dele.

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Falso emprego para higienização

A Defensoria Pública do RJ acusou a Prefeitura de Cabo Frio de uma tentativa de “higienização” da cidade. Esse processo está ligado a uma tentativa de “livrar” a cidade turística de moradores de rua e desempregados, entendidos pelos reacionários como um obstáculo prático e estético para a valorização do espaço. Ao fazer essa exportação dos moradores de rua, o Estado favorece a especulação imobiliária.

Além disso, os agentes estatais estariam fazendo um papel parecido com os “gatos”, elementos intermediários de latifundiários que seduzem pessoas pobres com promessas de emprego em latifúndios, que são, na verdade, uma forma de submetê-las a trabalhos servis, sem chance de voltar para a casa ou mesmo de entrar em contato com familiares. 

É normal que, quando essas pessoas chegam aos latifúndios, os latifundiários cobram a viagem e outros serviços, estabelecendo logo de cara uma dívida impagável com os trabalhadores. O valor cresce com a “estadia” no latifúndio, normalmente em barracos, com a alimentação e, em alguns casos, até mesmo com as ferramentas de trabalho.

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