Economia ianque registra queda de 50% na geração de empregos

Com a queda, o desemprego no país subiu para 3,9%. Os números estão abaixo dos índices pré-pandêmicos.
Foto: Kevin Dietsch/Getty Images

Economia ianque registra queda de 50% na geração de empregos

Com a queda, o desemprego no país subiu para 3,9%. Os números estão abaixo dos índices pré-pandêmicos.

A economia ianque (Estados Unidos, USA) gerou 175 mil empregos em Abril, uma queda de mais de 50% se comparado a março. O desemprego no país subiu para 3,9%. Os números estão abaixo dos índices pré-pandêmicos. Em março de 2020, 180 mil empregos foram gerados.

Nos meses anteriores, as taxas de geração de emprego foram elevadas, mas os dados revelam que muitos deles foram de empregos de meio-período. Em março de 2024, o emprego de tempo integral era correspondente a 82,3% de toda a empregabilidade. Por mais que pareça alta, é a taxa mais baixa desde abril de 2018.

A queda gerou expectativa, nos economistas burgueses, de queda na inflação pela desaceleração na economia. Atualmente, os preços estão elevados no USA, com a taxa de inflação em oscilações entre 4,1% e 3,5% desde dezembro do ano passado. 

São números bem abaixo das taxas de 2022, quando a inflação estava em 9,1%, mas ainda assim os preços estão caros. O próprio presidente imperialista, Joseph Biden, declarou que “os preços ainda são demasiado elevados para a habitação e os produtos alimentares”. Nos últimos quatro anos, os produtos alimentícios cresceram 25% no USA. 

Apesar da afirmação, Biden pouco fez para reverter a situação. Desde que as taxas de inflação passaram a subir no USA, Biden insistiu na única solução que os economistas burgueses possuem para contornar a inflação: aumentar de forma constante as taxas de juros no país, na tentativa de esfriar a economia do país às custas do endividamento das massas. No plano externo, manter os gastos exorbitantes com as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, para manter as zonas estratégicas globais do imperialismo norte-americano e, assim, a espoliação das outras Nações necessária à manutenção da hegemonia ianque. No dia 24 de abril, Biden aprovou um pacote de 95 bilhões de dólares para Israel, Ucrânia e Taiwan.

Para os outros setores da economia imperialista ianque, a baixa na geração de emprego foi motivo de celebração. Grandes empresários e investidores de determinados ramos esperam lucrar com o aumento do desemprego, uma vez que esse sintoma da “desaceleração da economia” pode levar à tão esperada queda inflacionária e redução das taxas de juros. O economista chefe da Associação Nacional de Corretores, Lawrence Yun, afirmou que “uma economia muito quente não é boa para as taxas de juros”, apontando que as taxas de hipotecas podem cair com os novos dados.

Isso porque eles temem que uma taxa muito alta de emprego mantida por um tempo considerável possa gerar uma crise de superprodução relativa, problema intrínseco à economia capitalista e ainda mais em sua fase imperialista: com as pessoas empregadas, aumenta-se o consumo. Com o aumento do consumo, aumenta-se os preços (vide a inflação no USA), os lucros dos magnatas e, por fim, a produção. Acontece que a taxa de produção é elevada em um ritmo muito mais acelerado que a capacidade de compra das massas, o que leva inevitavelmente a uma crise relativa de superprodução.

Para tentar contornar a situação, o Sistema de Reserva Federal (Fed) do USA tem insistido na falha estratégia de elevar a taxa de juros para desacelerar a economia. No dia 1° de maio, o Fed decidiu que manteria a taxa básica entre 5,25% e 5,5, o maior em 20 anos. A justificativa foi que a inflação manteve-se acima dos 3%, quando a taxa-alvo do Fed é de 2%.

São todos sintomas da própria crise geral do imperialismo. As medidas de reduzir a inflação com o aumento das taxas de juros são incapazes de reverter esse quadro. Mesmo quando abaixam a inflação temporariamente, os preços voltam a subir depois pelo encarecimento da produção gerado pelos empréstimos a taxas elevadas. Ao nível das massas populares, é comum ver também ondas de inadimplências sucessivas, somado ao endividamento e, é claro, baixa generalizada no consumo, o que eleva os níveis da crise.No cenário de explosividade crescente das massas populares, tudo aponta para o crescimento dos tormentos, tensões e ebulições sociais, desfavoráveis à velha ordem. Não é necessário mencionar nem os protestos estudantis que condenam o financiamento ianque à guerra de agressão sionista na Palestina. Basta ver, por exemplo, os protestos e mobilizações pela melhoria das condições de vida, com os números recordes de greves ano após ano e aumetno da sindicalização dos trabalhadores de grandes empresas como Amazon, Starbuck e Volkswagen. Ou os índices de violência policial, que seguem a crescer com casos tão violentos como o novo assassinato de um homem negro sufocado, em Ohio, enquanto gritava, assim como George Floyd, “eu não consigo respirar”.

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