Economista burguês teme ‘conflito bélico’ como resultado de escalada do tarifaço imperialista

Economista-chefe do Banco Votorantim não descarta "ação militar" do EUA. Foto: Carol Carquejeiro/Valor

Economista burguês teme ‘conflito bélico’ como resultado de escalada do tarifaço imperialista

O economista burguês do Banco Votorantim (mais conhecido pelo seu banco virtual, o Neon), Roberto Padovani, afirmou hoje (09/04) que teme que a disputa tarifária entre os imperialistas se desenvolva para o campo militar. “Esse conflito não deve se encerrar rapidamente. A gente tem duas potências em conflito usando o canal comercial econômico como um caminho para resolver seus problemas. Mas o fato é que essa disputa tarifária abre espaço não só para uma leitura de que teremos talvez uma guerra comercial ou impactos econômicos, mas aumenta as incertezas porque você não sabe quais são os próximos passos. Ninguém pode descartar, por exemplo, e essa tem sido muito a retórica norte-americana, de uma postura militar.”, disse ele ao programa “Mercado Aberto”, do portal monopolista Uol. 

A afirmação foi proferida em meio à escalada do tarifaço entre os imperialistas. Um dia após Donald Trump reagir à resposta chinesa e elevar as tarifas sobre produtos chineses de 36% para 104%, o governo de Xi Jinping decidiu dar uma rápida resposta e anunciou no dia 09/04 que irá aplicar uma tarifa de 86% de produtos norte-americanos. 

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A resposta chinesa arrancou uma nova escalada de Donald Trump, reproduzindo a velha lei dos conflitos em que, quando um lado ataca, é necessário responder em um patamar maior. Trump anunciou na rede social Truth Social que vai aumentar “ a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos para 125% para efeito imediato.”

O governo de Trump já havia anunciado uma taxação total de 54% a produtos chineses em três diferentes parcelas, uma de 20% em fevereiro, outra de 10% que entrou em vigor no último sábado, além de mais 24% que estava previsto para ter início hoje. Contudo, após o governo chinês decidir responder impondo uma tarifa de 34% sobre produtos estadunidenses, a reação do governo ianque foi adicionar mais 50% na taxação sobre o país asiático. 

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Nesta terça-feira, a taxação ianque já havia promovido novos impactos nas bolsas de valores do mundo inteiro. Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones e Nasdaq sofreram novas quedas, de 0,84% e 2,15%, respectivamente. O índice Nikei, de Tóquio, fechou o dia com uma negativa de 3,93%, enquanto Seoul caiu 1,74%. Na China, a bolsa de Shangai apresentou uma melhora de 1,31%. No Brasil, os índices da Ibovespa terminaram o dia com menos 1,32% em seus valores, enquanto o dólar apresentou uma nova alta de 1,47%, chegando a R$ 5,99. 

Com a escalada sem precedentes da guerra comercial entre China e Estados Unidos, representantes do mercado financeiro não deixaram de apresentar suas preocupações. Mas é claro que o receio (e mesmo o perigo concreto) de um conflito militar não será resultado, caso se concretize, somente dos conflitos tarifários, e sim das constantes provocações e pugnas dos imperialistas e reacionários em meio à crise geral de decomposição do atual sistema.

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Os efeitos já estão indo além do âmbito econômico. O ministério da Cultura e Turismo chinês emitiu hoje um alerta para seus cidadãos que pretendem viajar para o país norte-americano. “Recentemente, devido à deterioração das relações econômicas e comerciais entre China e EUA e à situação da segurança interna nos Estados Unidos, o Ministério da Cultura e Turismo lembra aos turistas chineses que avaliem completamente os riscos de viajar para os Estados Unidos e viajem com cautela.”

União Europeia responde tarifaço ianque 

O setor financeiro da Europa também sofreu com os impactos da taxação ianque à China, apresentando ontem quedas de 2,76% em Frankfurt, 2,64% em Paris, e 2,8% em Londres. As quedas se somam às outras taxações anteriores, como a de 25% imposta pelos EUA a todos os países da União Europeia (UE). 

Com uma resposta demorada, a UE anunciou nesta quarta-feira (09) que também irá responder aos EUA e aplicará as mesmas tarifas de 25% sobre produtos importados. Estima-se que o valor total dos produtos chegue a R$ 21 bilhões. 

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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