Bandeira do imperialismo russo é queimada durante manifestação. Foto: Banco de Dados AND
A mobilização de 300 mil reservistas pelas forças invasoras do imperialismo russo para incrementar a guerra de agressão contra a nação ucraniana é apenas um ligeiro símbolo das graves tensões bélicas mundiais. A ela, somam-se as ameaças de uso de “armas nucleares estratégicas” proferidas por um alto funcionário russo, reforçada por pronunciamento do ultrarreacionário Vladimir Putin.
Desde o dia 21/09, foram presos mais de 1.700 manifestantes que se sublevaram em mais de três dezenas de cidades contra a mobilização forçada para a guerra imperialista. Parte deles foram alistados à revelia. Enquanto isso, nas cidades fronteiriças com a Geórgia, os trabalhadores russos fogem do país por não compactuarem com a guerra da oligarquia imperialista russa. Estima-se que o engarrafamento da fila de veículos ultrapassa 20 horas. Putin estabeleceu, na frente da guerra de agressão, punição de 10 anos para os soldados que se recusarem a combater.
As massas populares, seja de qual nação imperialista for, não ficarão inertes ante a sanha voraz da reação. Ainda que Putin busque, utilitária e oportunistamente, resgatar lembranças históricas da heroica resistência da URSS socialista na Segunda Grande Guerra, tentando equiparar essa atual guerra de agressão com aquela grande luta antifascista, a verdade é que ele se afundará num enorme atoleiro quanto mais insistir em agredir a nação ucraniana. Putin, tentando encenar o papel do grande Stalin, mesmo como farsa, está mais próximo de um miserável Czar.
No campo de batalha, as operações russas têm sofrido inúmeros fracassos, perdendo importantes territórios que haviam sido ocupados. No interior das linhas russas, as unidades de guerrilha, conformada por operários, jovens e outros setores do povo ucraniano, desferem importantes golpes no exército agressor. Por sua vez, o presidente Zelensky, mostrando-se um descarado vende-pátria, permite a presença crescente de assessores militares norte-americanos e das potências imperialistas da Europa no território, entregando crescentemente o controle do país para a Otan.
Tais ameaças e fortalecimento da repressão interna na Rússia são sinais de fraqueza. Putin busca chantagear o imperialismo norte-americano, para tentar negociar uma retirada que preserve, ao menos, o controle russo sobre Kherson e, sobretudo, Donbas. Se os imperialistas chegarem a um acordo, dessa decisão não participará o lacaio Zelensky. O conluio imperialista, mais cedo ou mais tarde, abandonará a nação ucraniana ficando esta à mercê de ter seu território retalhado e dividido. A menos que as massas ucranianas sigam sustentando, com cada vez mais volume e decisão, sua guerra de resistência nacional, cujo êxito depende de ser dirigida pelo proletariado revolucionário através do seu partido de vanguarda, ainda não reconstituído.
As perigosas ameaças de escaramuças mundiais não vêm apenas das relações entre as superpotências imperialistas, Estados Unidos e Rússia. Em Taiwán, soa também os alarmes de perigo a um confronto entre tropas do social-imperialismo chinês e do imperialismo norte-americano. Esse velho mundo, prenhe de inflamadas contradições, caminha no fio da navalha. Nos marcos da dominação imperialista sobre todo o globo, e das disputas entre as duas superpotências, destas com as diferentes potências e das contradições destas últimas entre si, por arrebatarem umas das outras as semicolônias e esferas de influências, o peso e o preço da guerra injusta recaem sobre as costas dos povos oprimidos do mundo, que são o butim, a arena de contenda entre os imperialistas.
A história da época imperialista, até agora, só conhece a solução para suas crises chegadas a determinada situação, por duas vezes já, a iniciada pela guerra mundial e logo transformadas em guerras de libertação nacional. Na atual situação delineia-se a possibilidade de dar solução cabal a esta crise: varrer as potências e superpotências imperialistas da face da Terra, através da luta decidida e firme das nações e povos oprimidos do mundo, com a condição única de estarem sob direção do proletariado por meio de seus autênticos partidos comunistas; é a única linguagem que os imperialistas podem compreender: a do seu escorraçamento pela revolução. Ou a Revolução Proletária Mundial impede a guerra imperialista mundial antes do seu desencadear, ou o alastramento da guerra imperialista atiçará a Revolução Proletária Mundial, que se imporá em todo o mundo. Esses são os famosos “próximos 50 a 100 anos” sobre os quais falou, em meados dos anos 1960, o Presidente Mao Tsetung. A tendência histórica e política principal é a Revolução.