O Talibã (ou Emirado Islâmico do Afeganistão), organização armada que atua como parte da Resistência Nacional afegã, tornou público um relatório sobre a guerra de resistência em curso naquele país contra a ocupação imperialista encabeçada pelo imperialismo ianque, o USA. O Relatório de fim de ano sobre o progresso dos Mujahideen (combatentes) e do controle territorial, traduzido em inglês e publicado no portal oficial do Talibã em 31 de dezembro, tem como subtítulo O ano do colapso total da estratégia de Trump, assinado pela Comissão de Assuntos Culturais do Emirado Islâmico do Afeganistão.
O documento afirma que o ano de 2018 começou com “intensos bombardeios, operações militares e propaganda pelos invasores norte-americanos”, mas que todos foram combatidos ao ponto de “neutralizar totalmente a estratégia inimiga”.
O relatório, foi feito com “bases em dados coletados localmente” para “não deixar dúvida nenhuma sobre informações suspeitas ou imprecisas”, faz um detalhado balanço sobre a atuação daquele que é o principal grupo de Resistência no Afeganistão em cada uma das suas 34 províncias, que no total são compostas por 388 distritos, dos quais um sexto, antes nas mãos do USA e do regime fantoche, foram recuperados pelos afegãos. O controle territorial é exposto em um mapa.
No balanço final do ano, os combatentes talibãs contabilizaram 10,6 mil ataques armados que resultaram, segundo o documento, na morte de 249 soldados invasores estrangeiros (USA incluídos) e 153 feridos. Contra as tropas afegãs que servem à ocupação imperialista como fantoches desde 2001, foram abatidos 22,5 mil militares, forças especiais (comandos), policiais e Arbakis (milicias tribais que apoiam a invasão imperialista). De contingente de inimigos, o Talibã apresenta que 14 mil foram feridos durante as ações do ano passado. São apontados também que do total de inimigos mortos, 514 eram comandantes ou oficiais de alto escalão.
O balanço fornece também o número de veículos destruídos das forças invasoras e colaboracionistas, com 3,6 mil veículos blindados de transporte de pessoal (APCs), caminhonetes pick-ups, caminhões e outros variantes destruídos; 26 aviões, oito veículos aéreos não-tripulados (drones), 17 helicópteros e um avião de carga.
Diante do cenário contabilizado pelo balanço talibã, as forças imperialistas e colaboracionistas não apresentaram nenhuma resposta ou documentos que disputassem o referido analiticamente. Pelo contrário, Donald Trump, nos dias após o documento do Talibã ser divulgado em inglês, pareceu perdido.
Segundo a CNN, logo após o chefe do Estado-maior das Forças Armadas ianques, general Mark Milley, ter visitado de surpresa o Afeganistão no dia 3 de janeiro, Trump teria elogiado a invasão do social-imperialismo russo ao mesmo país que ocorreu em 1979, sem lembrar-se que as forças islâmicas que o USA apoiaram naquela guerra foram o solo de onde brotou os movimentos islâmicos combatidos pelo USA hoje.
Trump também alienou todos os grandes partidos da República da Índia, vizinha geográfica do Afeganistão e aliado na guerra de agressão. “A Índia não precisa de nenhum sermão do USA sobre o Afeganistão.”, disse um porta-voz do congresso indiano em suas redes sociais.
Mapa que acompanhou o relatório, as legendas em inglês e parsi que indicam: verde – 90%¨de controle dos combatentes talibans, marrom – 50% a 90% de controle, cinza – menos de 50% e branco – sem nenhuma presença do grupo.