Em Brasília, ato solene em homenagem a Ismail Haniyeh

O evento contou com a presença de ativistas, organizações populares e diplomatas.

Em Brasília, ato solene em homenagem a Ismail Haniyeh

O evento contou com a presença de ativistas, organizações populares e diplomatas.
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Na noite do dia 12/08, o Comitê de Solidariedade à Palestina de Brasília (CSP-DF) realizou um ato solene em memória de Ismail Haniyeh, líder do Birô Político do Hamas assassinado pelo sionismo, e dos demais heróis e palestinos assassinados. Estiveram presentes ativistas, organizações democráticas, representantes diplomáticos do Saara Ocidental, Embaixadas do Irã, Palestina e Sudão.

Sayid Tenório, vice-presidente do Instituto Brasil Palestina (Ibraspal), iniciou o evento narrando a trajetória de vida de Ismail Haniyeh, seu papel no Hamas desde a juventude até o seu assassinato, um ataque direto do sionismo ao povo palestino. Logo após, foi apresentado um clipe musical em homenagem ao mártir palestino.

O representante da Embaixada Palestina condenou Israel pelo assassinato de lideranças palestinas e destacou que o Sionismo não pretende acabar com o genocídio do povo palestino. Afirmou que a Resistência Palestina não vai parar jamais, pois são décadas de luta demostrando a resistência e força do povo palestino. Finalizou agradecendo a homenagem aos líderes assassinados e ao povo palestino, e agradeceu a todas as instituições que apoiam a justa luta do povo palestino.

Internacionalismo e antiimperialismo

O internacionalismo e o antiimperialismo foram temas bastante abordados no evento. Luiza Calvette, representando o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), fez questão de lembrar a similaridade da luta Palestina com a luta na América Latina, sendo ambos os povos oprimidos em luta contra o imperialismo. 

Pedro Batista, membro do Comitê Antiimperialista General Abreu e Lima, denunciou o papel do imperialismo ianque em tentar controlar a região, assim como se solidarizou com a luta de libertação do Saara Ocidental contra a agressão do Marrocos, saudando a presença de Ahamed Mulay Ali Hamadin, da Frente Polisário no evento. Batista comentou sobre o papel do velho Estado brasileiro em continuar comprando armamentos de Israel e servindo como lacaio do imperialismo.

O papel da juventude na causa palestina 

Um representante do Coletivo de Base – Honestino Guimarães (CBHG), destacou a importância da Resistência Nacional Palestina, que desatou a Operação Dilúvio de Al Aqsa, que fez isso “com a maior das armas, a força humana, demonstrando mais uma vez que não importa a força do inimigo ou seu nível tecnológico, militar ou econômico, pois ao fim e ao cabo o que importa na luta é o fator humano, e isto não será esquecido por nenhum povo ou nação oprimida mundo afora.”

Destacou que os mesmos métodos de repressão utilizados contra os palestinos são utilizados no Brasil, nas periferias e no campo, citando a polícia do Rio de Janeiro que realiza inúmeras chacinas com armamentos israelenses, e citando os casos recentes onde os Guarani-Kaiowá que, há anos, denunciam os ataques sofridos por essa mesma Força Nacional. O ativista também destacou a resistência dos camponeses assim como olha a resistência palestina, relembrando a Heroica Batalha de Santa Elina que completou 29 anos no último dia 09/08, onde camponeses resistiram ao cerco do latifúndio e da Polícia.

‘Ismail já colocava sua vida a esse destino de servir ao povo’

Ahmed Shehada, presidente da Ibraspal, comentou que quando os netos de Hanyieh foram assassinados, Ismail estava fazendo uma visita ao hospital de feridos. O avisaram do falecimento e perguntaram se ele queria cancelá-la, mas Ismail ficou firme e manteve as visitas. Lembrou que ele era adorado por todos no hospital por ir lá constantemente, e acreditava que a vida de seus familiares valiam tanto quanto a de todos os outros martirizados. Diz ainda que Hanyieh concluiu sua vida como desejava: mártir da Palestina. Não foi o primeiro, nem será o último.

Ahmed Shehada finaliza sua fala afirmando que “a resistência palestina jamais levantará a bandeira branca. A vitória com certeza será nossa!”

Diversas falas de ativistas também condenaram o papel do oportunismo, de não apoiar na prática o povo palestino, se limitando à demagogias através de falas discretas ou discursos momentâneos para encobrir a sua conivência com o sionismo e com os sionistas brasileiros ou que atuam no País. Assim como condenaram os acordos militares do Brasil com Israel, afirmando o papel dos democratas e revolucionários em construir um mundo sem opressores e oprimidos, não bastando “vestir o preto do luto, mas o vermelho do martírio”.

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