Acampamento Terra Livre. Foto: Fábio Nascimento
Durante o encontro que ocorreu na Terra Indígena Ñande Ru Marangatú, município de Antônio João (MS), os guarani kaiowá cobraram a demarcação definitiva de seus territórios tradicionais e exigiram que seus direitos sejam respeitados. Os líderes denunciaram com ênfase também a impunidade dos crimes cometidos contra os povos indígenas.
No documento, eles saúdam a memória dos guerreiros que tombaram na luta pelos nossos direitos dos indígenas. Os indígenas ainda afirmam que assistem diariamente a falta de justiça e a impunidade para aqueles que promovem verdadeiros genocídios contra o povo. Eles denunciam ainda a criminalização, a perseguição e o assassinato das lideranças que lutam.
Apresentam também denúncias contra as políticas adotadas por órgãos como a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a crescente fascistização do velho Estado. “Percebemos que mesmo depois de mais 30 anos, a Funai continua nos abandonando e se posicionando contra nossos direitos constitucionais”.
“Desde muito tempo é denunciado para o mundo a situação difícil que vem passando nosso povo. Somos um dos povos mais numerosos do Brasil com os piores índices de acesso à direitos fundamentais. Todos os governos vêm negando nossos direitos à terra, saúde, educação, segurança, sustentabilidade e autonomia. Com muita tristeza vemos o atual governo piorando ainda mais aquilo que já era ruim”, afirmam os guarani kaiowá.
Eles concluem: “Foram séculos de lutas, com o sangue derramado de nossos guerreiros! Continuaremos até o fim com nossas lutas e fortalecendo ainda mais a nossa organização! A cada dia que passa conhecemos mais o desafio que teremos que enfrentar. A cada dia que passa mais forte estaremos, até alcançarmos a paz e o bem-estar de nosso povo conforme nossa cultura e nossa memória!”. E ainda: “Jamais desistiremos de nossa luta e estaremos cada dia mais fortes!”.