De acordo com o Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR), o site da organização foi usurpado no dia 26 de agosto por uma ex-militante que era responsável por atualizá-lo e fez uma publicação sobre um novo grupo “autodenonimado Novo Movimento Estudantil Popular e Revolucionário”. A Comissão Nacional do MEPR lançou, junto da Coordenação Regional do Rio de Janeiro, um comunicado sobre o ocorrido, onde denuncia a usurpação do portal e as posições da ex-militante. O documento pode ser lido abaixo.
Também há um vídeo na internet, gravado no dia 27 de agosto (um dia após o lançamento da carta no portal) de uma intervenção de ativistas na plenária dos três segmentos (professores, técnicos-administrativos e estudantes) da ocupação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Nele, uma militante do MEPR, rodeada por um enorme bloco de ativistas, faz uma intervenção sobre o ocorrido.
Abaixo, o comunicado do MEPR na íntegra, junto de uma versão PDF ao final da publicação.
Nota de Alerta
No dia 26 de agosto nossa página foi assaltada por um grupo de provocadores tentando desmoralizar o MEPR. Uma das dirigentes deste mesmo grupo defendeu contra a greve de ocupação na UERJ, posição que foi aplastada na assembleia pelos estudantes que aprovou a ocupação, que persiste vitoriosa.
Se aproveitando de ter acesso à senha de administração do site que estava em mãos de uma dessas ex-militantes do MEPR, liquidacionistas que pularam fora, acovardados pela firme posição de nosso movimento pela Revolução, não só de retórica mas nos fatos, pretenderam através de um golpe de mão se anunciar como NovoMEPR. Esse grupo está formado por pessoas que chegaram tardiamente no MEPR quando todas as nossas teses já estavam formuladas e consolidadas pela comprovação de sua justeza na prática da luta de classes, enfrentando o vento e a maré reacionária de governos, inclusive os da falsa “esquerda”, que aplicam a política das classes dominantes e do imperialismo.
Essas pessoas quando lutaram, ao contrário do que buscam jactar-se em seu manifesto, lutaram sob a direção do MEPR onde aprenderam e agora renegaram o princípio formulado pelo grande Lenin “que não passa de fraseologia oca pretender combater o imperialismo e a reação sem combater todo o oportunismo”.
Conciliam com todo oportunismo, inclusive propuseram montar chapa para as próximas eleições do DCE da Universidade Federal Fluminense com o PSTU, partido do qual um grupo de bate-paus seus invadiu, em 2016, uma sala na UERJ para agredir com socos e pontapés um pequeno grupo de estudantes do MEPR.
Passam a flertar com ideologias reacionárias, como o pós-modernismo, na busca de seu novo campo no movimento social.
Em seu manifesto atacam a Coordenação Nacional do Movimento, seu programa e sua linha e nenhuma palavra de combate a esse governo de colaboração de classes encabeçado pelo PT em coalizão com a direita liberal.
Pensam que com fraseologias ultrarrevolucionárias, citações dos clássicos do Marxismo e com mentiras e desonestidade, muito próprias de oportunistas, irão confundir e envenenar a juventude combatente. Se iludem de que com esses expedientes podem ocultar sua vergonhosa capitulação.
De forma arrogante e mentindo descaradamente citam várias lutas ocorridas no Movimento Estudantil do Rio de janeiro como feitos exclusivos seus, omitindo os planos de lutas e convocações elaborados por fóruns das massas estudantis e propostos pela Coordenação Nacional do MEPR, que encabeça as greves de ocupação em todo o País.
Com a presunção de que o movimento estudantil do Rio de Janeiro fosse o mais importante, posição que o MEPR nunca tomou, inclusive porque constrói em luta com as entidades estudantis em todo o País, em que todas essas lutas têm a mesma importância e significado.
Para conferir as formulações desses “heróis”, que não têm a mínima honestidade de reconhecer a sua covardia diante da dureza da luta de classes, e ao contrário, procuram encobri-la com citações emprestadas por conveniência, basta pesquisar as páginas das organizações da direita do Movimento Comunista Internacional.
Hoje retomamos a administração da página para quem é de direito, segue abaixo nota oficial da Coordenação Nacional e da Coordenação Regional-RJ do Movimento Estudantil Popular Revolucionário.
Movimento Estudantil Popular Revolucionário – MEPR
O risco que corre o pau corre o machado!
Verso de canção da luta camponesa revolucionária
No dia 26 de agosto, causou espécie aos seguidores e leitores da página eletrônica do MEPR a postagem de um grupo autodenominado Novo Movimento Estudantil Popular Revolucionário. Pelo seu conteúdo se constatou não se tratar de ataques dos serviços de inteligência de Israel, dada a campanha de defesa da Resistência Nacional Palestina, e sim de ação provocadora por parte de uma trânsfuga do movimento, até então responsável pela atualização desse portal, que usurpara sua senha. Tratava-se da mesma pessoa que, dias antes, fora duramente criticada pela direção do Movimento por seu intento de desmoralizá-lo ao fazer, em nome deste, na assembleia estudantil da UERJ, no passado início de agosto, a vergonhosa defesa contra a sua ocupação, quando todos e todas estudantes sabem que o MEPR, junto com outros movimentos e entidades estudantis combativas são a vanguarda das ocupações das universidades por todo o País.
A postagem de tal grupo foi um manifesto direitista que, embrulhado em citações do Presidente Mao e fraseologias ultrarrevolucionárias, com argumentos de conveniência, bem como de jactâncias de supostas virtudes revolucionárias do mesmo, se intitula Por que rompemos com a Coordenação Nacional do MEPR? Afirma este que o grupo tinha rompido com o MEPR “para defender as gloriosas tradições revolucionárias”, do próprio MEPR. Diz que rompe “com a Coordenação Nacional para manter nossas bandeiras erguidas”. Sobre que tradições e que bandeiras históricas do MEPR teriam sido abandonadas pela Coordenação Nacional não dizem uma palavra. Ao contrário, ao atacar a direção do MEPR repetem qual maritacas as mesmas ladainhas que oportunistas e revisionistas lançam contra os maoistas, que estes seriam seguidistas, dogmáticos e sectários. Daqui a pouco, não nos surpreenderá se alguns de seus apontarem seus dedos-duros contra nossos(as) combatentes para acusá-los de guerrilheiros e terroristas, como já há décadas é a prática dos oportunistas eleitoreiros e policialescos da falsa esquerda legal e pelos bolsonaristas e demais bandidos da extrema-direita.
Em nome da Coordenação Nacional do MEPR e da sua Coordenação Regional do Rio de Janeiro, rechaçamos completamente estes ataques. Desfraldamos uma vez mais o três princípios revolucionários que serviram de fundação para a Corrente democrático revolucionária dos estudantes brasileiros: 1) Defesa da ideologia científica do proletariado o marxismo-leninismo-maoismo; 2) Defesa da Revolução de Nova Democracia ininterrupta ao socialismo, e suas duas fases: revolução agrária e revolução de libertação nacional; 3) Defesa do princípio de combater o imperialismo de forma inseparável do combate ao oportunismo.
O Novo, Novinho em folha, Novíssimo afirma que a Coordenação Nacional do MEPR “constrange ‘a luta de duas linhas’”. Mas quem fugiu vergonhosamente das discussões, dos debates e das polêmicas no Movimento não foram outros que não eles. A última reunião da Coordenação Nacional do MEPR ocorreu durante a realização do vitorioso 42º ENEPe. Nesta reunião, uma das figuras que posteriormente fundou o Novíssimo, a mesma provocadora acima denunciada, não apresentou nenhuma divergência com a linha do Movimento, nem com o balanço daquele evento. Entretanto, logo que retornou ao Rio, apresentou às companheiras e companheiros do Movimento aqui no RJ um balanço oposto ao que ela mesmo havia aprovado. Este balanço divergente sequer foi enviado ou mostrado para a maioria da Coordenação Nacional. Apresentou para as bases apenas o seu balanço direitista, sem dar o mínimo direito para que a Coordenação Nacional levasse a estas bases do MEPR a avaliação aprovada ao fim do evento. É justamente estes(as) dirigentes do Novíssimo, quem cerceiam, que impedem o debate quando há divergências e que fogem da luta de duas linhas.
Dizem que defendem as bandeiras históricas do MEPR e as heranças de 2013? Será?! Os levantamentos da juventude combatente, poderoso movimento espontâneo e multitudinário de massas que sacudiu o Brasil logo após seguidas tomadas de terras por todo País e os violentos levantamentos operários nas obras do PAC, representou o mais duro golpe no oportunismo eleitoreiro. 2013 representou, particularmente, um duro golpe para o oportunismo petista, que pretendia seguir enganando as massas com suas falsas políticas compensatórias do receituário das agências internacionais do imperialismo, como no caso, o Banco Mundial e verdadeiras campanhas contrarrevolucionárias, especialmente na repressão à heroica luta camponesa, indígena e quilombola. A direção do Novíssimo diz defender as heranças de 2013, mas em seu manifesto ataca apenas a extrema-direita e não lança uma palavra, uma crítica sequer, ao governo oportunista do PT, e particularmente a sua política acovardada de apaziguamento e adulação para com a milicada reacionária lambe-botas do USA, a qual nunca servirá para derrotá-la, mas sim, para amamentá-la. As bandeiras históricas do MEPR ficam completamente irreconhecíveis no documento do Novíssimo; por isso rompe com a Coordenação Nacional, pois suas e seus dirigentes iniciaram o decadente caminho do retorno ao pântano do velho movimento estudantil brasileiro. Os cães ladram e a caravana passa: “Pequeno grupo compacto, seguimos por um caminho escarpado e difícil, de mãos dadas firmemente. Estamos rodeados de inimigos por todos os lados e temos de marchar quase sempre sob seu fogo. Unimo-nos em virtude de uma decisão livremente tomada, precisamente para lutar contra os inimigos e não cair no pântano vizinho, cujos habitantes, desde o início, nos censuram por nos termos separado num grupo à parte e por termos escolhido o caminho da luta e não o da conciliação” (Lenin, Que Fazer). Assim foi fundado o MEPR, persistiremos!
Do ponto de vista político, fala da Revolução de Nova Democracia, mas não se refere nenhuma vez à revolução agrária, que é a fase atual e a contradição principal da sociedade brasileira. Tem o descaramento de dizer que a Coordenação Nacional dá “ordens de se esconder” frente a ofensiva golpista da extrema-direita. Onde hoje no Brasil se dá o enfrentamento mais radical, mais sangrento com a extrema-direita, os fascistas e a reação? Este enfrentamento está no campo, onde o latifúndio bolsonarista com suas táticas reacionárias do chamado “invasão zero” coloca o campo brasileiro em uma situação de guerra civil, na qual se enfrentam de um lado os latifundiários armados, apoiados pelas hordas repressivas do velho Estado, suas polícias assassinas, e de outro os camponeses que cada vez mais recorrem à violência armada para defender os seus direitos. Portanto, só da boca suja e língua venenosa daquelas e daqueles, até então membros do Movimento, que sempre apresentaram desculpas esfarrapadas para não ir ao campo lutar com as massas e servi-las de todo coração, é que pode sair tanta mentira e infâmia. Aonde está o MEPR, senão lado a lado, ombro a ombro, com estes camponeses, quilombolas e indígenas. Aonde estão as melhores companheiras e companheiros do MEPR, da geração de 2013, senão apoiando e dirigindo as lutas mais importantes no campo em nosso País. Falar de combater a extrema-direita com discurso identitário dentro dos muros da universidade e dizer que se escondem do fascismo aqueles que estão nas trincheiras mais desafiadoras e importantes da luta de classes em nosso País, é algo completamente desonesto e vergonhoso.
Do ponto de vista ideológico, assim como outros direitistas, pretendem cavalgar na gloriosa Guerra Popular na Índia. Diz que apoiam uma guerra popular em curso, já há muitos anos, com seu desenvolvimento consolidado, pois esta é apenas uma maneira de, por um lado, ocultar sua completa falta de decisão para fazer a revolução em seu próprio país, e, por outro, é traficar com o prestígio do Partido Comunista da Índia (Maoista), como faz a direita no MCI, para esconder suas próprias posições direitistas e abafar o coro reacionário que fazem com a reação mundial. Para tal só podem começar com mentira, afinal não existe nenhuma crítica do PCI(M) a um tal movimento comunista brasileiro. Além disto, em seu manifesto de surgimento, o Novíssimo apenas explicita suas diferenças com a linha política do PCI(M) que defende de maneira clara e segura o caminho da Revolução de Nova Democracia através da guerra popular prolongada com o cerco da cidade pelo campo, para os revolucionários de todos os países semicoloniais. Claramente, este novíssimo grupo se opõe a estas posições do PCI(M); diz defender uma Revolução de Nova Democracia sem revolução agrária para logo logo passar à defesa de que o caráter da revolução brasileira já se encontra em sua etapa socialista e seu centro está nas grandes cidades. E, com um pouco mais de paciência, poderemos ver dirigentes seus, enquanto a revolução socialista não ocorre, lutar resoluta e audazmente por um lugarzinho rendoso nas burocracias do velho Estado, o PT, PCdoB e outras “esquerdas” que o digam. O que há, nestas posições, de heranças e tradições revolucionárias do MEPR, senhoras e senhores?
Na típica atitude arrogante e cosmopolita, que julga que o povo do interior e de fora do sudeste, não pode compreender o pensamento complexo importado da Europa, o Novíssimo afirma que as e os dirigentes do MEPR, coitadinhos, não compreendem e não sabem explicar o que é pós-modernismo, mas apenas descem a lenha em suas concepções. Olha só, que absurdo! Diz mais, que instruíamos os militantes a não defender o marxismo na universidade. Pasmem, seria ridículo se não fosse cínico, pois quando nos acusam de antimarxistas e dogmáticos (que curiosamente não defendem seus “dogmas”), no Novíssimo estão aquelas ou aqueles que se dedicam a escrever projetos de mestrado sobre o “feminismo decolonial”. Isto é, pós-modernismo, senhoras e senhores. Não seria vós, que com toda essa empáfia de sapiência de gabinete, não tenham assimilado nenhuma linha do conteúdo revolucionário do marxismo?
Refresquemos a memória dos pretensos doutos uma coisinha chave na revelação de revisionistas escolados: o Presidente Mao, durante a Conferência dos Partidos Comunistas e Operários, em Moscou, 1960, assim que o traidor Kruschov terminou de pontificar que o principal perigo para o movimento comunista era o dogmatismo, veladamente acusando os comunistas chineses de dogmáticos, afirmou bem na sua lata, que os comunistas devem combater todo tipo de desvio, o oportunismo de “esquerda” e de direita, e também o dogmatismo e empirismo, formas de manifestação do subjetivismo, porém, concluiu ele, o perigo principal para a revolução proletária seguia sendo o revisionismo. Isto é, naqueles que se fazem passar por heróis da luta sem quartel contra o dogmatismo como o principal e mais perigoso desvio para os comunistas, sempre embosca um ardiloso e astuto revisionista. De fato não defendemos o diletantismo do marxismo de cátedra, o marxismo sem violência revolucionária, o marxismo sem alma marxista, tão ao gosto de tantas e tantos “inimigos” do dogmatismo, muito ao contrário os combatemos. Defendemos sim, senhoras e senhores mentirosos, o marxismo da luta de classes, do partido comunista e da Internacional Comunista, da violência revolucionária, da ditadura do proletariado e socialismo científico, da revolução cultural proletária e do comunismo, o marxismo da guerra popular do Peru, do PCP e do pensamento gonzalo, do apoio às guerras populares na Índia, Turquia e Filipinas, das guerras de libertação nacional,
Em suas falas dizem que nós do MEPR em relação ao marxismo somos esquemáticos, burocráticos e expressamos uma fé cega em nossa ideologia. O que é isto senão a velha cantilena trotskista anti-Stalin? Alertamos aos companheiros que foram das bases do MEPR e hoje seguem esta novíssima tendência, se suas críticas ao MEPR não são exatamente idênticas a estas:
“(…) após a ascensão de Stalin ao poder [a teorização da luta de classes se desenvolveu] através da codificação do marxismo produzida pelo PCUS no período, acompanhada de uma simplificação da teoria (…). (…) esta codificação do pensamento marxista, construída principalmente a partir de citações reordenadas de elementos dos trabalhos de Marx e Lenin: a definição da necessidade de recrutamento de quadros com base no critério de confiança e da fé depositada no Partido e no Socialismo (…). Além disso, o recrutamento de quadros para o Partido com base no critério da confiança, a fé como elemento definidor da adesão à causa comunista, a amarração e travamento dos sindicatos e entidades de massa pela atribuição a eles dada de meras ‘correias de transmissão’ do Partido ceifaram-lhes a capacidade de tomar iniciativas. [Levando] a acomodação da militância e a burocratização do Partido”.
Leiam com atenção, ganha um doce quem adivinhar de que lavra é, 1, 2 e … 3: do PCBrasileiro, de Socialismo: balanço e perspectivas. Suas bases erraram, se acharam que era do vosso programa ainda não publicado.
A crítica das lideranças do Novíssimo contra a Coordenação Nacional do MEPR repete as mesmas palavras, termos e tom, da crítica da empedernida e recalcitrante, entra ano sai ano, direção revisionista do PCBrasileiro contra o camarada Stalin, aquele de métodos truculentos contra os que divergiam dele, aquele que eliminou a Velha Guarda Bolchevique, aquele do culto a personalidade e outros temas já consagrados do anticomunismo fedorento. É neste pântano para o qual foram levados e quiseram, mas foi com mentiras e enganosamente que arrastaram jovens incautos. Nós do MEPR estamos por Stalin e contra o fascismo, contra o apaziguamento com a extrema-direita, contra o revisionismo e o trotskismo. E contra os maoistas de cátedra, claro.
Já em coro com o oportunismo no movimento estudantil, o Novíssimo acusa o MEPR de desprezar as chamadas pautas identitárias. Faz o mesmo que a pelegada faz: traficar com os interesses das massas das chamadas minorias para atacar aqueles que lutam radicalmente pela revolução. O MEPR é uma corrente democrático-revolucionária que respeita e trabalha com as massas mais pobres do povo, as camadas mais profundas e fundas do proletariado e do campesinato, com as massas estudantis, principalmente mais pobres (está lá no “Esquerdismo”, doença infantil do comunismo, do grande Lenin, obra providencial e obrigatória aos comunistas refletirem e revisitarem com bastante assiduidade). O nosso critério para o trabalho de massas é o critério de classe; rechaçamos qualquer tipo de preconceito contra as pessoas, e defendemos o direito das minorias a partir do critério de classe. Lutamos concretamente, em nossa conduta, todos os dias contra os preconceitos e discriminações abjetas próprios da reação. Sempre estivemos ao lado do povo preto e rechaçamos completamente a mentirosa e vil acusação de suposta sonegação da “questão negra” no Brasil. Um dos fundadores do MEPR, nosso querido companheiro Luiz Carlos, Professor Manoel, como carinhosamente as camponesas, camponeses e seus filhos lhe apelidaram, grande militante revolucionário, bisneto de escravizados, desde a fundação de nossa corrente pautou a questão negra em nossas formulações. Mas com seu espírito classista, revolucionário e consequente, sempre mostrou, seguindo os ensinamentos de Mariátegui, que a emancipação do negro estava de modo indesligável de sua emancipação política e social. E por isto, o grande exemplo que nos deixou o Professor Manoel foi o de se vincular profundamente às massas pretas do campo, com elas viver a sua vida, comer de sua comida, sofrer a sua dor secular e presente, dançar o seu samba de crioulo e do batuque e ali avançar para a conquista da terra dos camponeses pretos e remanescentes de Quilombo. O MEPR está presente, sua antiga e atual geração na luta dos pretos nos campos e nas periferias das grandes cidades. Não é com discursos demagógicos que se exterminará o racismo e todo tipo de preconceito contra as massas populares de nosso País. Apenas com uma verdadeira Revolução de Nova Democracia varreremos toda esta imundice para a lata de lixo da história. Portanto, senhores e senhoras inventem outras mentiras e infâmias contra o movimento, modesto, porém inabalável nos princípios, programa e linha revolucionários e internacionalistas da juventude das(os) estudantes brasileiros.
Quanto aos outros ataques e infâmias e outras bobagens que “suas queridas lideranças” andam fofocando, não temos tempo a perder com isto, mas, principalmente, não faremos mais quaisquer concessões às vossas provocações baratas, policialescas de deduragem. Prestem atenção senhoras e senhores, não são mais crianças nem adolescentes.
Às e aos dirigentes do Novíssimo, companheiros de viagem, como gostava Lenin de troçar os choramingas de turno, só nos resta reconhecer, uma vez mais, a comprovação da lei de ferro para aquelas e aqueles que se propõem de todo o coração a fazer revolução: Não perguntes quanto somos, mas se a queremos! Para as bases do MEPR, que atualmente seguem essa juventude-velha, deixamos nossa convocação para que escutem o balanço da Coordenação Nacional do MEPR e da sua verdadeira Coordenação do Rio de Janeiro: não se deixem levar pelo clima de torcida, de amiguismo e considerações pessoais, semear intrigas e destilar veneno, relações e práticas tais, que a luta de classes faz delas cacos em não mais de duas sacudidas, e, por esta razão mesma, só serve para nublar a discussão, destilar veneno, ocultar as reais divergências, fomentar o sectarismo e infundir falsa rebeldia. Estudem, reflitam e discutam; se querem samba de verdade, o lado é este. A escolha é simples: capoeira de angola ou dança de salão.
Capoeira vai lutar,
Já cantou e já dançou,
Não pode mais esperar.
Não há mais o que falar,
Cada um dá o que tem
Capoeira vai lutar…
Vem de longe não tem pressa,
Mas tem hora pra chegar.
Já deixou de lado os sonhos
Dança e canta berimbau
Abram alas, batam palmas
Poeira vai levantar
Quem sabe da vida espera
Dia certo pra chegar.
Capoeira não tem pressa,
Mas agora vai lutar…
Coordenação Nacional do Movimento Estudantil Popular e Revolucionário
Coordenação Regional do MEPR – Rio de Janeiro