Em discurso patético, Luiz Inácio faz coro com o anticomunismo

Para um operário pelego, oportunista como Luiz Inácio chegar à presidência durante a democracia burguesa, foi preciso vender a alma inteira para o diabo
Foto: EBC

Em discurso patético, Luiz Inácio faz coro com o anticomunismo

Para um operário pelego, oportunista como Luiz Inácio chegar à presidência durante a democracia burguesa, foi preciso vender a alma inteira para o diabo

Patético. Esse é o adjetivo mais adequado – sem ainda sê-lo plenamente – para aplicar ao discurso de Luiz Inácio durante o seu fracassado evento em 8 de janeiro. “Você pega a foto da Revolução Russa, não tem um operário; na Revolução Cubana também, não tem um operário. Porque eram intelectuais, ativistas políticos, estudantes, pessoas com um pouco mais de grau de escolaridade”, disse. Não bastasse tamanha desqualificação e ignorância sobre a luta contemporânea dos oprimidos, Luiz Inácio vai mais além, e atribui a suposta – e falsa – ausência de operários entre os comunistas “porque historicamente sempre se pensou que o trabalhador não prestava para nada, a não ser trabalhar”.

O ponto de vista deste operário-padrão do FMI e do Banco Mundial, capacho dos “poderosos” desde os tempos do sindicato, sobre a história das revoluções proletárias, é convergente com o fascista obscurantista Olavo de Carvalho. “Se vocês fizerem a revisão da história deles [dos comunistas] verão que o número de operários entre eles era ínfimo”, disse em 2018 o guru bolsonarista, praticamente parafraseado pelo pelego-mor, como prólogo para sua teorização de que os comunistas usam os operários para fins malignos, por considerá-los incapazes e comprovar, assim, que o marxismo não é ideologia do proletariado, e sim uma falsidade.

Olavo de Carvalho também mentia afirmando que os comunistas eram gente que queria dirigir os trabalhadores por considerá-los incapazes: “Foi Karl Marx que, vendo a discussão entre dirigentes operários da I Internacional, disse a Engels: esse pessoal precisa ser guiado pelos intelectuais por muito tempo”, disse Olavo de Carvalho, inventando obviamente um diálogo que nunca existiu.

Ao contrário do que pensaram Olavo de Carvalho e Luiz Inácio sobre esse tópico, a verdade é que a Grande Revolução Socialista de Outubro não teria ocorrido não fosse a participação de centenas de milhares de operários e camponeses armados, e dirigidos pelo Partido Bolchevique, em cujas fileiras estavam os melhores militantes e quadros revolucionários oriundos das classes trabalhadoras. Isso é tão fato que nem oportunistas empedernidos, do próprio PT, podem negar: Valter Pomar, insuspeito reformista, corrigiu o pelegão ao dizer que “existem milhares de fotos mostrando o oposto, a saber: que foi ampla e decisiva a participação dos trabalhadores, com destaque para os operários fabris, inclusive metalúrgicos, na Revolução de Outubro de 1917 e guerra civil que veio depois”.

O sr. Luiz Inácio disse ainda, medindo a história com a régua da sua notável vaidade, que a democracia burguesa é um regime superior porque ele, um operário, chegou à presidência: “As pessoas não imaginavam que os trabalhadores pudessem organizar um partido e chegar à Presidência da República e, muito menos, ser o único a ser eleito três vezes para a Presidência”. Antes de ser criado o PT, diga-se, a classe operária no Brasil já havia fundado seu Partido, o único e legítimo, o Partido Comunista do Brasil – P.C.B., como Seção Brasileira da Internacional Comunista, que nunca vendeu a classe, mas antes, foi destruído pelo oportunismo que grassa em toda a esquerda, destacadamente no PT. No mais, o seu afã de maior liderança popular da história não passa de um sonho, pois ainda lhe falta muito, muito mesmo, para chegar às sombras de Luís Carlos Prestes, em que pese os erros que este último cometeu. Todavia, mais importante do que isso é constatar que para um operário pelego, oportunista como Luiz Inácio chegar à presidência nesse regime de ditadura da grande burguesia e do latifúndio serviçais do imperialismo disfarçado de democracia, foi preciso vender a alma inteira para o diabo: a começar pela Agência Americana de Sindicalismo Livre, central sindical centralizada pelo Estado imperialista ianque e na qual o pelego aprendeu tudo o que sabe sobre vender a classe operária, e depois para o establishment imperialista e das classes dominantes locais. Ainda hoje, Luiz Inácio segue a cartilha de um oportunista: vende-se, a preço de fim de feira, para o “centrão” usar e abusar, sendo máscara de proa de um governo latifundista que está sendo criticado mesmo pela direção nacional oportunista do MST que sempre lhe deu apoio. Luiz Inácio, anticomunista travestido de liderança operária, acabará sendo, novamente, chutado quando não for mais conveniente à reação a quem tanto é subserviente.

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