Em meio à crise, inflação sobe em todo o país

Em meio à crise, inflação sobe em todo o país

Com alta da inflação, trabalhadores estão enfrentando dificuldades para sobreviver com salários cada vez mais baixos. Foto: Reuters

Com alta generalizada de produtos por todo o país, o indicador oficial da inflação superou os 4% em 12 meses, chegando a mais de 6% em certos locais. Segundo dados divulgados em 8 de dezembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),  a taxa de novembro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,89%,  a maior para o mês em comparação aos últimos 5 anos. No momento, o índice soma 3,13% no ano e 4,31% em 12 meses. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ultrapassou os 5%, alcançando a taxa de 5,20%.

Dentre os nove grupos de itens que compõem o IPCA, sete tiveram elevação em novembro, contribuindo para a inflação. Com destaque para o grupo de Alimentação e Bebidas, que teve alta de 2,54% e impacto de 0,53 ponto percentual na taxa geral e Transportes que subiu 1,33%, o equivalente a 0,26 ponto percentual. De acordo com o IBGE, os dois grupos somados correspondem a 89% do IPCA de novembro.

No grupo Alimentação e Bebidas, as carnes e a batata inglesa, que em outubro já haviam subido 4,25% e 17,01%, tiveram alta de 6,54%  e 29,65%, respectivamente. Também sofreram alta outros alimentos básicos como o tomate (18,45%), arroz (6,28%) e óleo de soja (9,24%).

Comer fora de casa também ficou mais caro no mês de novembro, de 0,36% em outubro para 0,57%. A refeição aumentou 0,70% em média. Outras altas registradas foram do refrigerante e da água mineral (1,05%).

No grupo Transportes, a gasolina teve alta pelo sexto mês consecutivo. Dessa vez, subiu 1,64% , o equivalente a 0,08 ponto percentual. O preço do etanol também registrou alta de 9,23% (0,06 ponto porcentual), assim como automóveis novos (1,05%) e usados (1,25%). 

Em Habitação o aumento foi de 0,44% com impacto em itens como aluguel residencial (0,44%) e gás de botijão (1,37%). Cada um correspondeu a 0,02 ponto percentual no índice do mês. Gás encanado, água e esgoto também sofreram alta de 1,57% e 0,32%, respectivamente.

Segundo o IBGE, todas as áreas pesquisadas apresentaram alta no mês de novembro. Tendo sido a maior apurada no município de Goiânia (1,31%) e a menor em Brasília (0,35%). Em 12 meses, o IPCA ultrapassou 6%, atingindo 6,65% em Campo Grande. Na região metropolitana de São Paulo soma 4,24%.

O INPC registrou alta de 0,95%, sendo considerado também o maior resultado para o mês de novembro em comparação aos últimos 5 anos. O índice está acumulado em 3,93% no ano e em 5,20% em 12 meses.

Ainda segundo o IBGE, os produtos alimentícios subiram 2,65%, enquanto os não alimentícios registraram alta de 0,42%.

A fome e o latifúndio

A carestia de vida, expressa na alta inflação, aterroriza milhões de famílias com a fome.

Com uma renda baixa e preços subindo cada vez mais, cresce o número de pessoas que passam fome. É o que aponta a organização ActionAid, que estuda a relação entre desigualdade social e crescimento da extrema pobreza.

A partir do acompanhamento dos dados relativos à fome no país, a organização denuncia que até o final de 2020, serão mais de 15 milhões os que passam fome. Confirmado este cenário, o Brasil passará para o “Mapa da Fome”, lista que inclui aqueles países em que mais de 5% da população passa fome.

Em 2017, segundo o IBGE, mais de 10 milhões de brasileiros vivem em situação de “insegurança alimentar”. Por trás do conceito que busca mascarar a realidade, o que se passa é a fome, e ela ocorre em maior grau nas regiões Norte e Nordeste: apenas 43% dos domicílios do Norte e 49,7% dos lares do Nordeste tinham acesso pleno e regular aos alimentos.

O latifúndio (que concentra parte considerável de suas forças nas duas regiões citadas) segue sendo o setor ‘produtivo’ que mais lucra no atual cenário de pandemia. Isto se dá pela atuação de exportação de commodities para China, USA e alguns países da Europa. 

Enquanto isto, os camponeses pobres, responsáveis pela maior parte da produção dos alimentos, seguem sem fomento econômico, enfrentando também perseguições e assassinatos.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: