Donald Trump e Kamala Harris se encontraram pessoalmente no primeiro debate da farsa eleitoral estadunidense na noite de terça-feira, dia 10 de setembro. Entre os assuntos, os candidatos discutiram o genocídio perpetrado por Israel em Gaza. Longe de discordarem entre si, a pauta resumiu-se em quem apoia mais Israel. Tanto Harris quanto Trump defenderam o “direito de Israel de se defender”, com o último acusando Harris de ‘odiar Israel’.
Negando completamente a história da opressão sionista ao povo palestino, a vice-presidente defendeu que a guerra decorre da operação Dilúvio de Al-Aqsa de 7 de outubro realizada pela Resistência Palestina, após o Hamas ter disparado mais de 5 mil foguetes contra Israel. Harris reiterou, ainda, a história de que mulheres estavam sendo estupradas pelo Hamas, mentiras lançadas pelo Estado de Israel, ainda que todas as prisioneiras de guerra israelenses tenham dito o contrário. Quanto às evidências de estupros coletivos cometidos por soldados israelenses nas instalações de tortura de Sde Teiman, a presidenciável nada disse.
Observa-se com clareza que apesar de esconderem-se em Partidos “opostos”, Democratas e Republicanos seguem firmemente a defesa do sionismo. Harris apontou isso diretamente quando reafirmou sua posição no debate: “E então, absolutamente, eu disse então, eu digo agora, Israel tem o direito de se defender”.
Trump sustentou a posição pró-sionista e culpabilizou os democratas pelo avanço do Irã no oriente médio. “O Irã estava quebrado sob Donald Trump. Agora o Irã tem US$ 300 bilhões porque eles tiraram todas as sanções que eu tinha estabelecido”.
“O Irã não tinha dinheiro para o Hamas ou Hezbollah ou qualquer uma das 28 diferentes esferas do terror. (…) Eles não tinham dinheiro para o terror. Eles estavam quebrados. Agora eles são uma nação rica”, acusou o ex-presidente. Trump já havia defendido em seu debate com Biden que Israel quer que a guerra continue e que de fato deveria prosseguir.
Em sua defesa, Harris fez questão de enfatizar que “a única coisa que sempre lhes garantirei é que sempre darei a Israel a capacidade de se defender, em particular no que se refere ao Irã e a qualquer ameaça que o Irã e seus representantes representem a Israel”.
As ofensas trocadas entre os candidatos, longe de demonstrar que há diferenças entre eles, o que de fato não há, demonstra apenas a o esfacelamento e a falência do sistema imperialista ianque. Os EUA têm sido claro financiador e parceiro do crime sionista na Palestina e se hoje negocia por um cessar-fogo não é por não compactuar com o genocídio em Gaza, mas para evitar uma escalada. No mais recente episódio, usando três bombas MK-84 de fabricação norte-americana, com 900 kg de explosivo cada, Israel atacou civis no acampamento de tendas na área de al-Mawasi, em Khan Yunis, à meia-noite, enquanto dormiam. Ganhe quem ganhar, a guerra injusta cometida por Israel poderá contar com as bombas ianques, sejam elas enviadas pelos falsos democratas ou republicanos.