Médio empresário comete suicídio durante evento com o governador de Sergipe

Médio empresário comete suicídio durante evento com o governador de Sergipe

Sadi Paulo Castiel Gitz chamou o governador do Sergipe de mentiroso antes de se suicidar. Foto: Reprodução

Na manhã de 4 de julho, o médio empresário gaúcho Sadi Paulo Castiel Gitz, do setor da cerâmica, cometeu suicídio com um tiro na cabeça num evento realizado em Aracaju que contava com a presença do governador de Sergipe, Belivaldo Chagas, e do ministro de Minas e Energias, Bento Albuquerque. Segundo informações, Sadi Paulo teria se levantado e dito: Belivaldo, você é um grande mentiroso. Em seguida, ele efetuou o disparo.

O empresário era proprietário da Cerâmica Sergipe S/A, mais conhecida como Cerâmica Escurial, e o evento em que se suicidou era promovido no Hotel Radisson pelo Governo do Estado de Sergipe. Tal evento discutiria temas relacionados à produção e oferta de gás no estado, as estratégias do governo para a área e as opiniões das empresas envolvidas.

O perfil do governador nas redes sociais fazia uma transmissão ao vivo no momento em que Sadi se suicidou, comovendo os participantes do Simpósio de Oportunidades no ramo do gás natural.

O problema da burguesia nacional

Tal ato de desespero cometido por Sadi Paulo Castiel Gitz reflete a profunda crise econômica que o Brasil atravessa e que afeta principalmente a produção genuinamente nacional (cujo capital não está atado ao imperialismo ou ao bloco latifundiário-burocrático). Como um dos representantes desta burguesia nacional (média burguesia), o empresário, assim como muitos outros, via seus negócios arruinarem em decorrência da crise e com a frequente e desigual competição com os monopólios da grande burguesia e do imperialismo, que tem o velho Estado como guardião de seus interesses. Ou seja, se, por um lado, é fato que esta burguesia nacional aspira crescer, também é fato que ela se vê em constante ruína graças à dominação dos monopólios nacionais e internacionais no Brasil.

Este tipo de contradição, historicamente, só poderá ser resolvida através de uma Revolução de Nova Democracia dirigida pelo proletariado, que confiscará toda a propriedade do latifúndio, da grande burguesia (frações compradora e burocrática) e do imperialismo no país. Uma Revolução cujo fim não é desenvolver o capitalismo, mas varrer os resquícios de dominação imperialista e da grande burguesia, resolver o problema da terra e passar ininterruptamente para o Socialismo, passo a passo. Num primeiro momento, a propriedade da burguesia nacional (média burguesia, como dissemos acima) será respeitada pelo fato desta camada da burguesia – pelas contradições que tem com a grande burguesia, latifúndio e com o imperialismo – poder ser aliada das classes revolucionárias (operários, camponeses e pequena burguesia) durante determinado período deste processo.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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