25,2% das famílias declararam não ter condições de quitar as dívidas atrasadas, de acordo com pesquisa da CNC. Foto: Arthur Mota.
Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o número de brasileiros endividados voltou a crescer no final de 2020, atingindo 66,3% dos consumidores no mês de dezembro. Tal crescimento representa uma alta de 0,3 ponto percentual em relação ao mês de novembro e de 0,7 ponto percentual em comparação a dezembro de 2019.
O índice de famílias que estão inadimplentes e com contas atrasadas atingiu a margem de 25,2% em dezembro, o que corresponde a uma alta de 0,7 ponto percentual em relação ao mesmo mês de 2019. Além disso, o total de famílias que declaram não ter condições de pagar contas ou dívidas atrasadas também aumentou – de 10% em dezembro de 2019 para 11,2%.
Com o fim do auxílio emergencial, já reduzido à metade em setembro, a situação tende a se agravar diante do aumento dos preços dos mantimentos, insumos e produtos necessários para garantir a subsistência.
Perante tal situação – provocada pela crise geral do capitalismo burocrático que, por sua vez, é impulsionada pela crise cíclica de superprodução do imperialismo – o cartão de crédito é o recurso imposto às famílias que, sem alternativas, são submetidas aos juros extorsivos dos bancos. Com isso, a proporção de brasileiros que utiliza o cartão de crédito (não por acaso, a principal modalidade de endividamento) voltou a crescer, alcançando 79,4% das famílias – a maior taxa desde janeiro de 2020.
O cheque especial, por sua vez, também aumentou a sua participação entre as famílias endividadas. “Ambas são modalidades associadas ao consumo imediato e de curto e médio prazos”, sinaliza a CNC.