No dia 5 de outubro, 47 militares foram capturados e retidos por indígenas nas províncias de Nizag e Imbabura, na região serrana andina equatoriana. Essas capturas se dão num contexto de radicalização dos massivos protestos contra os “pacotaços” de Lenín Moreno, a serviço do FMI.
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Os militares foram capturados após a instauração do estado de exceção por parte do governo, tendo sido interceptados enquanto se dirigiam para reprimir os manifestantes que bloquevam a rodovia Pan-Americana Sul. O objetivo dos camponeses era retê-los até que o governo revogue o decreto que acabou com o subsídio estatal para a gasolina e o diesel, porém eles foram encontrados pelas forças da repressão e reintegrados às fileiras policiais.
A Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) afirmou que “os militares que se aproximarem de territórios indígenas serão retidos e submetidos à justiça indígena”. Além disso, afirmou também que essas capturas são respostas à “brutalidade e a falta de consciência da força pública para entender o caráter popular das demandas da greve”.
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Essas ações combativas são parte de um grande levantamento de massas que vêm ocorrendo no Equador contra as políticas impostas pelo Fundo Monetário Internacional, executadas pelo governo reacionário de Lenín Moreno. Dentre elas, a eliminação dos subsídios aos combustíveis (causando um vertiginoso aumento de seu preço e, consequentemente, elevação do preço de todas as demais mercadorias), a redução de salários, terceirização do trabalho, dentre outras medidas antipovo amplamente rechaçadas.
Grupo de indígenas bloqueia uma estrada em ato de protesto. Foto: Cristina Vega/AFP