Povos indígenas marcham para Quito. Foto: AFP
O presidente reacionário do Equador, Lenín Moreno, anunciou a transferência da sede do governo central de Quito para Guayaquil, no dia 8 de outubro, em vista da chegada iminente de milhares de indígenas que avançam pelas principais estradas das montanhas andinas como forma de protesto.
Leia também: Equador: Nova Grande Greve Geral é convocada para 9 de outubro; assista os vídeos
O presidente equatoriano deixou o palácio de Carondelet, que permanece completamente cercado pelas forças de segurança. Ao mesmo tempo, os primeiros manifestantes indígenas começaram a chegar do sul da capital a pé, depois de um dia de mobilizações combativas com bloqueios de estradas e confrontos violentos entre policiais, militares e membros das marchas camponesas.
Os dirigentes indígenas haviam anunciado que mais de 20 mil manifestantes chegariam a Quito nos próximos dias para pressionar e forçar o governo a retirar as medidas econômicas que causaram o aumento da gasolina devido à retirada do subsídio estatal para combustível.
Leia também: Equador: Camponeses indígenas capturam 47 militares em protesto contra o governo
“Neste momento, nossos povos e nacionalidades estão se mobilizando, avançando para a cidade de Quito para poder exigir e rejeitar estas medidas que afetam os bolsos de todos os equatorianos”, disse o presidente da Confederação de Povos Indígenas, Jaime Vargas, enquanto um fluxo enorme de indígenas atingiu as rodovias do Norte do país.
Já no dia 7, o Ministério da Energia também anunciou que a operação em três campos de petróleo na região amazônica foi suspensa “devido à apreensão das instalações por grupos de pessoas fora da operação”, disse em comunicado.
Leia também: Indígenas tomam antenas de TV durante Greve Geral que estremeceu o Equador
No comunicado, ele especifica que foi realizado um bloqueio na estrada do campo de Sacha, na província de Orellana, que impediu a circulação de petróleo. Já nas áreas de Cononaco, Chonta Sul e Rumiyacu (também em Orellana), foram fechados poços de extração de petróleo bruto no campo de Auca, no Bloco 61. No campo de Libertador, na província de Sucumbíos, a usina foi fechada porque acabou a energia elétrica.
No mesmo dia, em Bolívar, os povos indígenas ocuparam o prédio da administração da província, e marcharam pelo Ministério dos Transportes e Obras Públicas (MTOP), pela Prefeitura, pelo Ministério da Educação, Corpo de Bombeiros e outras entidades, conclamando os funcionários e trabalhadores a participarem da mobilização.