Imagem: Frente de Defesa das Lutas do Povo-Equador (FDLP-EC)
Nos últimos dias de abril, a governadora de Imbabura, Gabriela Jaramillo, esteve presente em Buenos Aires (Equador), estado de Imbabura, de acordo com a Frente de Defesa das Lutas do Povo-Equador (FDLP-EC), para reafirmar a política do velho Estado de guerra contra os camponeses pobres e para violar a decisão soberana das massas de se opor à presença da empresa mineradora Hanrine.
Jaramillo, “uma ganapán dos grandes proprietários de terras e da grande mineração”, ameaçou a população com o fortalecimento da presença dos militares e da polícia, argumentando que, por trás da recusa e resistência à exploração mineira, existem grupos simpáticos à mineração ilegal para expulsar a empresa transnacional de mineração; “uma declaração infundada que procura criminalizar a justa luta das massas camponesas contra a depredação dos recursos naturais”, afirma a FDLP-EC.
“Até agora, a luta camponesa pela terra e pela vida tem sido predominantemente pacífica, sem negar que também tem havido ações legítimas e necessárias de força para tentar deter a voracidade do velho Estado e da empresa mineradora”, relata.
“Entretanto, a repressão e a perseguição dos combatentes populares configuraram a região como um verdadeiro teatro de guerra onde os direitos constitucionais mais elementares de livre movimento e associação têm sido restringidos, além de realizar ataques armados permanentes contra os camponeses que protestam contra a exploração mineira”.
Ao longo das diferentes estradas de Buenos Aires e arredores há patrulhas militares com equipamentos de guerra; carros blindados, postos de controle; incursões em fazendas e casas; sobrevôo de aviões do exército e FAE [Força Aérea Equatoriana]; envio de equipes de inteligência, cujo objetivo principal é “operar sobre os líderes, desinformar a população e propiciar massas contra as massas; ou seja, organizar grupos de choque patrocinados pela mineradora para deslegitimar a organização e a luta dos camponeses”, denuncia a Frente.
De acordo com os camponeses, ninguém pode quebrar o estado de sítio; nem podem caminhar livremente em qualquer lugar em Buenos Aires sem serem assediados pelo aparelho repressivo. As reuniões políticas ou qualquer outra manifestação contra a empresa mineradora são restritas. Qualquer visitante é investigado e são tiradas fotos de documentos. Da mesma forma, os veículos e seus ocupantes são filmados e fotografados. Se você entrar na cidade e em certas áreas onde a empresa mineradora opera, só poderá fazê-lo “acompanhado” pela polícia ou por militares. Se, por algum motivo, o argumento ou justificação para entrar na comunidade não satisfaz a repressão, o acesso à comunidade é impedido.
“As massas não têm outro caminho senão radicalizar a luta em defesa da terra”, demarca.
“Devemos Lutar e resistir; isso é o que devemos fazer. Não devemos nos deixar intimidar pelo discurso oco, reacionário, militarista, repressivo e rendido do governador, uma hiena servil do velho Estado. Não devemos nos deixar intimidar pelos soldados e suas armas, eles são tigres de papel!”.
“A luta pela terra e a luta contra a grande mineração é uma luta justa; a resposta repressiva do antigo Estado só alimenta o crescente protesto popular, que deve ser entendido; não se pode pedir diálogo quando há a posição intransigente e definitiva das autoridades para não retirar o programa de mineração na região. Na ausência dessas pontes de comunicação e consenso, bem, a única coisa que resta é a luta, determinada, implacável e indefinida até que a mineradora se retire de Buenos Aires”, afirma.
A FDLP-EC afirma que, “se o velho Estado quer promover a economia e melhorar o nível de vida do povo de Buenos Aires, deve entregar as terras concedidas à grande empresa mineira aos camponeses pobres”.