Foto: Divulgação/Prefeitura de Baixo Guandu
Protesto é contra descumprimento de acordo com Vale/BHP Billiton/Samarco por danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão
por Rui Oliveira
Pescadores de diversos municípios bloqueiam a ferrovia Vitória-Minas no trecho de Baixo Guandu, região Noroeste do ES, desde a manhã de 14 de janeiro de 2019, em protesto contra o descumprimento dos acordos feitos pelas mineradoras Vale/BHP Billiton/Samarco para reparação dos graves danos causados pelo rompimento da represa de rejeitos de Fundão em novembro de 2015.
Cerca de 1,5 mil pescadores que tiveram sua atividade seriamente prejudicada ou totalmente interrompida devido ao gigantesco crime ambiental que dizimou os cardumes do Rio Doce, estão sem receber a indenização que deveria ser paga pela Fundação Renova. Os pescadores também denunciam que os valores devidos pela Renova ainda poderiam ser descontado de outras futuras indenizações que eles possam vir a receber como resultado de outros processos de reparação movidos contra as mineradoras.
A Fundação Renova, conforme noticiado na edição nº 2018 de AND, foi criada em março de 2016 pela Vale/BHP Billiton/Samarco mediante um Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC). Famílias atingidas pelas mineradoras denunciam que a Renova foi criada para atender aos interesses das mineradoras e foi uma forma de frear as lutas das massas que estavam organizando-se para reivindicar reparações e justiça de forma independente.
Ferrovia bloqueada e viagens interrompidas
O protesto dos pescadores prossegue e toras de madeira interrompem o trecho da ferrovia impedindo que o trem de passageiros mantido pela Vale cumpra seu trajeto Minas/Vitória – ES. Apenas o trecho em território mineiro está sendo cumprido e os passageiros que tinham bilhetes comprados para viajar ao Espírito Santo poderão reagendar usas viagens ou receber a restituição pelas passagens.
Foto: Divulgação/Prefeitura de Baixo Guandu
Foto: Divulgação/Prefeitura de Baixo Guandu