Estudantes da UFC lutam por nomear espaço em homenagem a Bergson Gurjão, combatente do Araguaia

A nomeação em homenagem a Bergson Gurjão provocou a histeria de reacionários da capital cearense, como o ex-candidato à prefeitura e bolsonarista André Fernandes e o ex-prefeito Roberto Cláudio. 
Foto: Reprodução

Estudantes da UFC lutam por nomear espaço em homenagem a Bergson Gurjão, combatente do Araguaia

A nomeação em homenagem a Bergson Gurjão provocou a histeria de reacionários da capital cearense, como o ex-candidato à prefeitura e bolsonarista André Fernandes e o ex-prefeito Roberto Cláudio. 

Após uma reunião do Conselho Universitário (Consuni) da UFC no dia 01/11, os estudantes decidiram nomear a concha acústica da universidade em homenagem a Bergson Gurjão Farias, estudante e combatente do Araguaia tombado na luta contra o regime militar. Este espaço possuía até então o nome do primeiro reitor e fundador da UFC, Antônio Martins Filho, ainda que não se tratasse de uma nomeação oficial.

A nomeação em homenagem a Bergson Gurjão provocou a histeria de reacionários da capital cearense, como o ex-candidato à prefeitura e bolsonarista André Fernandes e o ex-prefeito Roberto Cláudio. 

Diante da histeria reacionária, a atual gestão da reitoria, que se elegeu enquanto “democrática” e “progressista”, recuou na decisão dos estudantes, apresentando uma pífia medida conciliatória para manter o antigo nome da concha acústica, e homenagear Bergson num mero espaço cultural que ainda será inaugurado. 

Em nova reunião do Consuni, no dia 18/11, embora os estudantes (que são a maioria dos que compõem a universidade) presentes estivessem decididos em manter o nome de Bergson na concha acústica, a decisão aprovada foi a proposta conciliatória e rebaixada da reitoria. Isso revela a farsa do Consuni enquanto “espaço mais democrático da universidade” na ausência de um verdadeiro co-governo estudantil.

Mesmo diante da artimanha da reitoria, os estudantes decidiram em conselho, no dia seguinte, em manter a homenagem a Bergson Gurjão na concha acústica, ainda que informalmente.  

Bergson Gurjão, combatente do povo

Nascido em Fortaleza (CE) no dia 17 de maio de 1947, Bergson Gurjão Farias foi estudante de química na UFC e vice-presidente do DCE da universidade. Em meio às grandes mobilizações estudantis de 1968, Bergson participou de manifestações combativas contra o regime militar na capital cearense, nas quais os estudantes de química utilizaram de coquetéis molotov com ácido sulfúrico para combater as forças da repressão.

Foi preso pelo regime militar ao participar do XXX Congresso da União Nacional dos Estudantes em Ibiúna – SP, juntamente com centenas de outros estudantes. Por sua participação no congresso, foi expulso da UFC e proibido de cursar qualquer instituição de ensino superior.

Após a prisão em 1969, Bergson, enquanto um abnegado combatente do povo e militante do Partido Comunista do Brasil (então PCdoB), passou à clandestinidade e se juntou às Forças Guerrilheiras do Araguaia (FORGA), assumindo um posto de comando no Destacamento C, na região de Caianos – PA, sob o codinome “Jorge”.

Bergson foi capturado após uma emboscada do exército reacionário, na qual foi torturado até a morte, sem delatar nenhum de seus companheiros.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: