Estudantes da Universidade do estado do Amazonas lançam nota repudiando o “Ensino Remoto”

Estudantes da Universidade do estado do Amazonas lançam nota repudiando o “Ensino Remoto”

Sem estabelecer um diálogo com a base estudantil a Universidade do Estado do Amazonas, ainda em Junho, aprovou, durante uma reunião extraordinária do Conselho Universitário (Consuniv/UEA), um plano de volta as aulas que se iniciariam em Agosto com a adesão da modalidade de “Ensino Remoto”. No dia 01 de Julho, em resposta a isso, estudantes do curso de Teatro da Universidade do Estado do Amazonas se organizaram de forma autônoma e escreveram uma nota denunciando a falta de condições de se manter aulas remotas na faculdade e prometendo que, caso seja imposta essa modalidade, os estudantes do curso optarão por um boicote sistemático as aulas.

Segue a nota produzida pelos estudantes:

Manaus, 1 de julho de 2020

Carta a Coordenação e ao Colegiado do curso de Teatro ESAT UEA

Prezadas e Prezados

Vimos por meio deste nos posicionarmos contra a continuidade do ano letivo de 2020 no formato remoto. Esse é nosso manifesto nesse momento de pandemia/isolamento social, contra a forma que está sendo colocada, bem como a obrigatoriedade de continuar nesses moldes a nossa formação. Se nos for imposto essa modalidade de aulas, devido às dificuldades de muitos, optaremos pela reprovação conjunta por faltas até que a situação da pandemia seja resolvida em nível global e as atividades acadêmicas normalizadas em formato presencial; pois conforme foi demonstrado no Questionário de Saúde e Socioeconômico do CEAT ESAT UEA em 9 junho de 2020, a maioria dos discentes do Teatro não tem condições físicas ou emocionais de continuar no formato remoto em 2020 e as calouras e calouros reiteram esse posicionamento político, social e pessoal. Esperamos que haja alguma forma de diálogo em busca de outras soluções.
Att.

Calouras e Calouros de Teatro ESAT UEA 2020

De acordo:
1. Karen
2. Ana Larissa
3. Flávia Cristina
4. Carla Sabrina
5. Sarah Margarido
6. Jorge Ribeiro
7. Paulo Martins
8. Leonardo Kumagai
9. Vitor Rocha
10. Bruno Monteiro
11. Emily Araujo
12. Marilta Figueiredo
13. Lyandra Ferrete
14. Vinicius Butel
15. Davila
16. Fábio Campos
17.larissa goncalves
18. Henrique Ewerton
19. Maria Alice da Silva Paulino – karapãna
20. Nayara saboia
21. Raissa Bernardes
22. Lucas Duarte Dutra
23.Nathalie Martins Rothen
24.Ton Brasil

25. Neuriza Figueira
26. Rebeca de Oliveira Ferreira
27. Nícolas Queiroz Moraes
28. César Britchello
29. Cleber de Oliveira Ferreira
30. Paulo Tiago Silva de Souza
31. Mirian Galucio
32. Viviane Palandi
33. Emilly cerdeira
34. Julio Cesar Silva de Jesus
35. Luís Carlos Martins dos Santos
36: Wilas Rodrigues
37 Jackeline Monteiro
38. Fernando dos Santos Gamenha
39. Vitória Renata Da Silva E Silva
40.Valéria Batalha da Costa
41. Maiara Cabral Silva
42. Thiago Assunção
43. Dimas de Mendonça Oliveira
44. Akilles Anderson Gomes Alves
45. Karoline Medeiros de Araújo
46. Daniel Mousinho Reges
47. Lucas Macedo Maciel
48. José Eduardo Barbosa de Oliveira
49. Caio Muniz
50. Ananda Guimaraes

AULAS REMOTAS NO AMAZONAS SIGNIFICAM EXCLUSÃO

Para além da já conhecida precarização do ensino científico que o Ensino Remoto e Ensino a Distância estabelecem, segundo estudo do IEMA, quase um milhão de brasileiros não tem sequer acesso a energia elétrica na Amazônia Legal. Sendo que no Amazonas isso corresponde a 3,9 por centro da população total do estado. Tanto a Universidade do Estado do Amazonas quanto a Universidade Federal do Amazonas contam com diversos campis no interior do estado. São nesses municípios que a situação é especialmente precária com relação a eletricidade e acesso a internet. Para muitos dos estudantes que moram nessas regiões decretar modalidades de ensino online é excluí-los da universidade.

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