No último dia 2, estudantes da Escola Estadual Machado de Assis, em Vespasiano, partiram em uma massiva e combativa manifestação contra a soltura de um professor preso por assédio sexual. O estopim para a rebelião foi a soltura mediante fiança, no dia 01/04, de um professor que, segundo os alunos, é conhecido pela prática criminosa de assédio contra mulheres e meninas menores de idade.
Mais de 300 alunos se organizaram, se negaram a ter aula e organizaram uma manifestação que parou uma das principais vias da região central de Vespasiano. Foram puxadas combativas palavras de ordem, como Velho, Nojento e Assediador! Não Quero Ter Como Meu Professor!, Pedófilo Nunca Mais!, Ei, Serjão, Seu Lugar É No Caixão!.
Além das denúncias realizadas, os estudantes se solidarizaram com a colega vítima do assédio, puxando palavras de ordem para fortalecer a sua companheira, exigindo justiça pelo crime cometido, seguido de diversas intervenções de lideranças.
Mesmo com as ostensivas abordagens da Polícia Militar (PM), os colegiais não arrefeceram, travando duras lutas pelo caminho que iriam seguir na manifestação. Ao final, voltaram novamente para a escola, queimando um boneco de judas escrito “Serjão Verme e Assediador”, agitando para uma posição clara da diretoria, que se negou a se encontrar com os estudantes, preferindo realizar uma reunião a portas fechadas com a polícia.
Esperando no sol quente, os estudantes foram impedidos de entrar em sua escola para pegar água, tratamento diferente dado a dois policiais militares, que entraram de peito estufado na escola para encher suas garrafas. Do contrário, líderes sindicais se solidarizaram com a demanda, doando dinheiro para que os estudantes pudessem se hidratar, além do apoio dos trabalhadores da escola.
Mesmo com diversas tentativas de dispersão por parte da polícia, foi realizada uma vitoriosa assembleia, prática nunca antes feita pelos alunos. Por mais de uma hora, os estudantes, principalmente as estudantes, reforçaram a importância da luta, onde todos colocaram seus problemas e debateram como resolvê-los, culminando na antiga exigência dos colegiais pela formação de um grêmio estudantil, para continuar a luta pela exoneração do assediador e posicionamento claro da escola após mais de 20 anos de silêncio.