Matéria atualizada em 20/03, às 17:10
No dia 15 de março, estudantes e professores de ao menos 100 municípios fizeram manifestações contra o Novo Ensino Médio (NEM), exigindo a sua revogação. As principais denúncias ao NEM giram em torno do caráter anticientífico das disciplinas impostas, da má estrutura das escolas para suportar o aumento da carga horária e da falta de especialização e de contratação de professores o suficiente para sua aplicação.
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Na contramão da exigência de revogação, no dia 9 de março, o ministro da Educação do governo Lula/Alckmin, Camilo Santana, afirmou: “Não é questão de revogar. O [Novo] Ensino Médio está em andamento. O que nós estamos colocando é criar um grupo de trabalho, que será oficializado por portaria.”. Enquanto “discute-se” sobre a reforma, em curso desde 2017, os estudantes e professores continuarão obrigados pelos currículos a aprender e ensinar “disciplinas” como “brigadeiro caseiro”, “mundo pet” e “como fazer sabonete”, impostas diante do aumento expressivo da carga horária nas escolas, da falta de professores e de estrutura.
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SP: Estudantes fecham três faixas da Av. Paulista e um jovem é detido pela polícia
Na capital de São Paulo a manifestação se iniciou às 9h no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, fechando três faixas da avenida. Depois, os estudantes seguiram para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Os secundaristas carregavam uma faixa escrita: Abaixo o Novo Ensino Médio! Greve de Ocupação!, e entoavam as palavras de ordem É greve! É greve! De ocupação! Nem sucateamento, nem privatização!, Um, dois, três, quatro, cinco mil, ou revoga a reforma ou paramos o Brasil! e Só a luta radical que muda a situação! Greve geral de ocupação!.
O coletivo Carlos&Tereza carregava uma faixa escrita Pelo fim do Novo Ensino Médio já!. No ato estavam presentes as organizações Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária (UV-LJR) e Liga Combativa.
Em frente à Alesp, os jovens foram revistados e um estudante foi detido por, segundo os policiais militares, “levar uma pedra no bolso”. O jovem foi levado ao 27º Distrito Policial, do Campo Belo.
Os estudantes seguravam faixas com a frase Revoga a reforma ou paramos o Brasil!. Uma estudante do 2º ano do ensino médio, Júlia Oliveira, afirmou ao Agência Brasil: “Como a gente vai se preparar para a universidade, para o vestibular, para o mercado de trabalho se a gente está preocupado em fazer brigadeiro? Enquanto as escolas particulares estão preparando para pegarem as melhores vagas das universidades”.
Já em Sorocaba, interior do estado de SP, estudantes juntamente com professores manifestaram-se no dia 15 de março contra o novo ensino, como parte das manifestações nacionais contra o projeto reacionário. Os manifestantes iniciaram o ato às 16h na praça da matriz e marcharam pelas ruas do centro da cidade até a Praça da Bandeira. Os estudantes distribuíram materiais contra a reforma e gritavam palavras de ordem como Um, dois, três, quatro, cinco mil, revoga a reforma ou paramos o Brasil!
Uma estudante do 2º ano do Ensino Médio, ao se referir à mobilização estudantil em 2016 contrárias a medida provisória do NEM, afirmou a um representante do comitê de apoio de Sorocaba: “[…] [para barrar a reforma do Ensino Médio] Houve as manifestações e ocupações das escolas e mais uma vez, em 2023, isso vai se repetir, não vamos permitir que seja sucateada a nossa educação…”
RJ: Estudantes tomam prédio da Secretaria de Educação contra o Novo Ensino Médio
No Rio de Janeiro centenas de estudantes secundaristas e universitários repudiaram o Novo Ensino Médio (NEM) em uma manifestação realizada no centro da cidade. A manifestação foi iniciada na Cinelândia e seguiu até a Secretaria de Educação, prédio que foi tomado pelos estudantes em luta contra a dita reforma.
Ao longo da marcha, os estudantes entoaram gritos de ordem contra o NEM e ergueram faixas com as consignas Contra o ‘Novo’ Ensino Médio: Greve de Ocupação! e Contra o Novo Ensino Médio: Ocupe sua escola!, está última assinada or estudantes do Colégio Estadual Professor Clovis Monteiro.
A manifestação seguiu até o Edifício Estácio de Sá, onde atualmente está localizada a Secretaria de Educação. Ao chegarem no prédio, as centenas de estudantes saltaram as catracas e divisórias de aço e inundaram o prédio com as bandeiras, faixas e cartazes contrários à reacionária medida educacional. Ao menos cinco viaturas da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro foram mobilizadas para retirar os estudantes, que só saíram do prédio quando consideraram finalizada a agitação.
RO: Secundaristas realizam grande manifestação no IFRO
No dia 15/03, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), estudantes e professores da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Rondônia – Seção Sindical realizaram uma grande manifestação em frente à instituição e realizaram uma intervenção no auditório do local, onde os estudantes protestaram exigindo a revogação do NEM e carregaram faixas e cartazes denunciando a reforma e o governo de Lula/Alckmin.
DF: Centenas participam de manifestação na esplanada
Em Brasília, no Distrito Federal (DF), estudantes iniciaram sua manifestação às 9h no Museu Nacional da República e marcharam até a Esplanada, ocupando uma das vias da S1. Os estudantes gritavam palavras de ordem, como Um, dois, três, quatro, cinco mil, revoga a reforma ou paramos o Brasil!
Cerca de 500 pessoas participaram do ato, para o qual foi montado um grande aparato repressivo de 250 policiais e bombeiros. Estrutura muito diferente do que se viu na bolsonaro de 8 de janeiro, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram os prédios da Câmara de Deputados, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto.
A pedagoga Izabel Cristina Alves de Sousa, 48, e mãe de um estudante do ensino médio, em entrevista ao Correio Braziliense, contam que não houve uma comunicação com os pais sobre como seria feita a implementação do novo ensino médio. “Até agora, meu filho não conseguiu entender de fato o que ele vai escolher e como funciona o modelo. Não senti, como mãe, se esses conteúdos serão determinantes para o desenvolvimento dele. Espero que seja revogado e que possamos discutir os conteúdos, porque é o futuro de uma juventude que está em jogo”, argumenta.
PR: manifestações em dezenas de cidades do interior e na capital
No Paraná, foram realizadas manifestações na capital (Curitiba) e em dezenas de cidades do interior como Londrina, Pato Branco, Francisco Beltrão, Cascavel, Maringá, Ponta Grossa, Jacarezinho, entre outras.
RS: Manifestação na capital reúne alunos, professores e diretores de escolas
Na capital do Rio Grande do Sul, alunos, Porto Alegre, professores e diretores se reuniram em frente ao Colégio Estadual Júlio de Castilhos para exigir a revogação do NEM.
Estudantes e professores de escolas públicas protestam em diferentes cidades brasileiras na manhã desta quarta-feira (15) pedindo a revogação da reforma do Ensino Médio. Em Porto Alegre, o ato ocorreu em frente ao Colégio Estadual Júlio de Castilhos, às 9h. Por volta das 10h, foi iniciada uma aula pública, com estudantes e professores.
Camila Rodrigues, 18 anos, estudante do Instituto Rio Branco, afirmou ao Gaúcha ZH: “Esse modelo não favorece os alunos, favorece o sistema. Ele não nos ensina a seguir o que a gente quer fazer, mas sim o que eles querem que a gente faça.”.
A jovem denuncia que muitos colegas estão insatisfeitos com a reforma e que alguns têm preferido abandonar a escola e, depois, fazer o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), para obter a certificação.
João Alberto Rodrigues, diretor do Colégio Estadual Coronel Afonso Emílio Massot denunciou que “O abismo entre escolas privadas e públicas aumenta ainda mais”.
AL: Estudantes se manifestam em Maceió
No estado de Alagoas, centenas de estudantes secundaristas e professores se reuniram pela manhã em um protesto em frente ao prédio da Secretaria de Educação, no Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa).
