O governo semicolonial do velho Estado etíope anunciou, no dia 14 de janeiro, a libertação de todos os presos políticos da região de Oromia. Todos eles – um total de 2.345 pessoas – haviam sido presos após uma onda de protestos, em 2015 e 2016.
Uma grande pressão popular foi desatada desde a prisão dos manifestantes, somada à manifestação de grupos e entidades democráticas. A repressão teve atuação direta de militares e dos serviços de inteligência do USA, sob a justificativa de “combater o terrorismo” na região.
As revoltas
Segundo a análise da revista revolucionária europeia Nova Época, “os protestos de 2015-2016 estavam gerando instabilidade no governo e ameaçando os investimentos dos imperialistas”. A Etiópia é um dos países africanos com maior aprofundamento do capitalismo burocrático, principalmente com inversão de capital na agricultura e na indústria.
A revolta foi iniciada contra a situação de extrema pobreza, especialmente a que acomete a etnia Oromo. No entanto, com a incorporação das massas ao protesto, houve um crescimento na radicalização. Os manifestantes não só se voltaram contra a polícia e as Forças Armadas semicoloniais incendiando postos policiais, mas também incendiaram fábricas e caminhões.
Quase 700 pessoas foram assassinados pela repressão durante meses de protestos em 2015 e 2016, de acordo com uma investigação mandatada pelo próprio parlamento.