Um ataque aéreo dos EUA na segunda-feira teve como alvo um centro de detenção para migrantes africanos na província de Saada, no norte do Iêmen, matando pelo menos 68 pessoas e deixando outras 47 feridas.
O ataque é o mais recente de uma série de ataques aéreos lançados pelos militares dos EUA desde meados de março, com o Comando Central dos EUA (CENTCOM) relatando mais de 800 ataques militares no Iêmen durante esse período.
De acordo com a mídia iemenita, o ataque aéreo atingiu um abrigo para migrantes africanos em Saada, uma região que testemunhou inúmeras mortes de civis nos últimos meses.
Imagens transmitidas pelo canal de TV Al Masirah mostraram as consequências do ataque, com destruição generalizada no local visado e pessoas feridas sendo evacuadas. O canal também informou que os corpos de migrantes africanos estavam espalhados pela área.
Uma fonte local citada pela rede de notícias libanesa Al Mayadeen destacou a escala da devastação, chamando o ataque de “novo massacre em Saada”.
A fonte acrescentou que o bombardeio foi um exemplo claro da “criminalidade americana” e do “grande fracasso” das operações dos EUA na região. Muitas das vítimas foram transferidas para hospitais em Saada, que estão lutando para lidar com o fluxo de vítimas, devido aos recursos limitados disponíveis.
O Ministério da Saúde do Iêmen confirmou o número crescente de fatalidades, com as equipes médicas trabalhando sob imensa pressão. As equipes de segurança e paramédicas continuam seus esforços de resgate e primeiros socorros para as pessoas ainda presas ou feridas.
O canal de TV Al Masirah informou que alguns mísseis não conseguiram detonar e estavam sendo manuseados com cautela pelas autoridades da área.
Os Estados Unidos justificaram seus ataques aéreos contínuos alegando que eles têm como alvo as posições militares do Ansarallah em um esforço para restaurar a “liberdade de navegação” na região. Entretanto, esses ataques causaram um número significativo de vítimas civis, com organizações de direitos humanos e legisladores progressistas nos EUA questionando a legalidade e a ética das operações.
À medida que os ataques aéreos continuam, a comunidade internacional tem exigido maior responsabilidade e transparência em relação ao número de civis mortos nessas operações.
As Nações Unidas, juntamente com organizações humanitárias, como a Organização Internacional para Migração e a Cruz Vermelha, condenaram o ataque ao centro de detenção de migrantes, chamando-o de violação do direito internacional.