No dia 13 de setembro, o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, fez um pronunciamento sobre o papel da imprensa durante os conflitos que vem ocorrendo em todo mundo e afirmou que o governo do EUA está tomando medidas para “combater a desinformação”. As medidas seriam criar um sistema de informação global mais “resiliente”, segundo Blinken, “onde fatos objetivos são elevados e mensagens enganosas ganham menos tração.” Justifica afirmando que as medidas irão proteger a “imprensa livre, vibrante e independente”.
Em seu pronunciamento, Blinken acusa a imprensa independente Red. de ser vinculada ao Kremlin e propagar os interesses do imperialismo russo. Mesmo que fosse uma acusação real, a fala cínica de Blinken ignora, provavelmente de propósito, ações idêntica às quais o imperialismo ianque há décadas faz por meio de seus órgãos governamentais, think tanks, ONGs, imprensa amarela e jornalistas títeres em outros países, principalmente em suas semi-colônias.
Essa preocupação de Antony Blinken obviamente não se trata de justa preocupação com as liberdades democráticas dos jornalistas e uma preocupação para que a verdade dos fatos prevaleçam. É mera preocupação que sua versão dos fatos prevaleça, e que nenhuma força democrática tenha meios para questioná-la.
A imprensa é um dos pilares que mantém de pé o poder das classes opressoras. Além do exército, a qual é o braço armado do Estado, utilizando obviamente o chamado “monopólio da violência” contra os inimigos desse estado. São os meios de comunicação os braços que manipulam a consciência, propagam todo tipo de ideologia reacionária e utilizam da montagem e a distorção da realidade para fundamentar suas “narrativas”. Não é difícil perceber isso na cobertura do monopólio de imprensa aos crimes do sionismo e do imperialismo no oriente médio, taxando de terroristas os grupos da resistência árabe, seja em Gaza, Síria, Líbano, Iraque ou Iêmen.
Contra as acusações de Blinken, a Red afirmou em nota, que “não precisamos do carniceiro Blinken para nos dar sermões sobre ‘liberdade de expressão’, enquanto ele próprio é cúmplice de um genocídio na Palestina que já matou mais de 40.000 pessoas e mais de 125 jornalistas.”
“Não precisamos de nenhum governo ou serviço de inteligência para expressar a nossa profunda descrença neste sistema capitalista que permite que crimes contra a humanidade ocorram na Palestina, na Ucrânia, no Sudão, no Congo e em todo o mundo, enquanto os assistimos em tempo real”, completam.
A nota prossegue afirmando que os ataques contra a tribuna começaram a partir de 7 de outubro de 2023, por denunciar a “repressão alemã às vozes pró-palestinas, uma repressão que chocou o mundo, ao lado de funcionários da ONU e de organizações de direitos humanos como a Amnistia Internacional.”
A Red. realiza diversas coberturas sobre a luta dos povos em todo mundo, inclusive recentemente fez uma entrevista com o porta-voz do Partido Comunista da Índia (Maoísta), Amrut, membro do Comitê Central e chefe de Assuntos Internacionais do Partido, sobre as condições únicas na Índia, os esforços para construir uma nova sociedade dentro das zonas guerrilheiras e suas perspectivas sobre questões urgentes enfrentadas pela esquerda global, incluindo o caráter da China e a ascensão de novas potências imperialistas.