O presidente do EUA, Joe Biden, deve se reunir na segunda-feira com sua equipe de segurança nacional na Sala de Situação da Casa Branca para discutir os últimos acontecimentos no Oriente Médio, informou a Al-Jazeera.
Em notícias relacionadas, o Washington Post, citando fontes que falaram sob condição de anonimato, indicou que “o governo Biden informou aos legisladores do EUA que os ataques retaliatórios do Irã podem acontecer já na segunda ou terça-feira”.
A vice-presidente Kamala Harris, que deve anunciar seu companheiro de chapa para 2024 nos próximos dias, também estará presente na reunião, de acordo com o relatório.
O EUA já enviaram mais caças e aviões de guerra para a região para apoiar Israel em meio a relatos de que o Irã pode retaliar após o assassinato do líder do escritório político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, em 31 de julho.
John Kirby, assessor de comunicações de segurança nacional da Casa Branca, disse à Fox News que Washington está deslocando um porta-aviões para o Oriente Médio pelo que ele descreveu como “razões puramente defensivas”. Ele enfatizou que o principal objetivo é diminuir as tensões na região.
Pedidos de contenção
Embora Israel não tenha comentado o incidente, o Irã culpou Israel pelo assassinato de Haniyeh e prometeu reagir.
O assassinato de Haniyeh ocorreu poucas horas depois de um ataque israelense nos subúrbios do sul de Beirute que matou o proeminente líder do Hezbollah, Fouad Shukr.
O secretário de Estado do EUA, Antony Blinken, informou aos seus colegas do G7 em uma teleconferência no domingo que um ataque, que ele acredita ser um esforço conjunto do Irã e do Hezbollah, poderia ocorrer dentro de 24 a 48 horas a partir de segunda-feira, de acordo com o site de notícias americano Axios.
A Axios também informou que Blinken pediu a seus colegas que aplicassem pressão diplomática sobre Teerã, Hezbollah e Israel “para manter o máximo de contenção”.
“Ao contrário do ataque iraniano contra Israel em 13 de abril – no qual o Irã lançou cerca de 350 drones de ataque e mísseis em direção a Israel, e Israel, os EUA e seus aliados trabalharam juntos para interceptar a maioria deles – Blinken disse que não está claro qual será a forma da retaliação”, informou a Axios.
‘Ataques preventivos’
Israel reiterou sua prontidão militar para enfrentar uma possível resposta iraniana ao assassinato de Ismail Haniyeh e também deixou em aberto a opção de realizar “ataques preventivos” contra o Irã e o Hezbollah.
O exército israelense declarou que o chefe do Estado-Maior Herzi Halevi presidiu uma sessão na segunda-feira “para avaliar a situação e aprovar planos para vários cenários”.
Isso ocorreu junto com uma visita do comandante do Comando Central do EUA, Michael Kurilla, a Israel, onde ele manteve discussões em meio às preocupações dos EUA sobre a possibilidade de uma grande guerra no Oriente Médio.
Os militares israelenses disseram que Halevi e Kurilla realizaram “uma avaliação para lidar com as ameaças no Oriente Médio”.
Enquanto isso, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, durante uma visita ao centro de comando da Força Aérea de Israel e uma reunião com o comandante da Força Aérea, Tomer Bar, na segunda-feira, disse que Israel deve estar preparado para lançar uma ofensiva rápida se o Irã realizar uma resposta militar.
“Nossos inimigos estão observando atentamente cada movimento que fazemos devido às capacidades da força aérea demonstradas no ano passado. No entanto, devemos estar preparados para tudo, inclusive para uma rápida transição para a ofensiva”, disse Gallant no comunicado, segundo a Al Jazeera.
‘Golpe decisivo’
O chefe do escritório político do Hamas foi assassinado na manhã de quarta-feira em sua residência em Teerã.
As investigações iniciais iranianas concluíram que o assassinato foi realizado com um projétil de curto alcance.
O Irã prometeu responder à operação, com o comandante da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, declarando que Israel receberá um “golpe decisivo no lugar e na hora certa”.
Enquanto isso, na segunda-feira, o secretário-geral do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu, chegou a Teerã para discutir com autoridades iranianas seniores, após o assassinato do líder do escritório político do Hamas, Ismail Haniyeh, na capital iraniana.
Shoigu, que já foi ministro da Defesa da Rússia, está visitando o país a convite do secretário-geral do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Ali Akbar Ahmadian, informou a imprensairaniana.
Durante a reunião, Pezeshkian teria enfatizado que a Rússia tem apoiado o Irã em tempos difíceis e identificou o fortalecimento das relações com esse parceiro estratégico como uma prioridade fundamental na política externa da República Islâmica do Irã.