Exército reacionário registrou 48 desvios de armas e munições no ano de 2023

O ano de 2023 representou um recorde de furtos de armas e munições dentro de instalações do Exército reacionário brasileiro.
Passados três meses dos furtos de armas no Arsenal de Guerra em Barueri, nenhum militar foi punido. Foto: Felipe Rau/Estadão

Exército reacionário registrou 48 desvios de armas e munições no ano de 2023

O ano de 2023 representou um recorde de furtos de armas e munições dentro de instalações do Exército reacionário brasileiro.

O ano de 2023 representou um recorde de furtos de armas e munições dentro de instalações do Exército reacionário brasileiro. Cerca de 48 furtos foram registrados nos primeiros 10 meses do ano, sendo o um recorde ao que se refere aos últimos 10 anos. É uma média de quase cinco desvios de munição e armas por mês.

Ao todo, foram cerca de 460 munições furtadas, três pistolas, 21 metralhadoras e 12 fuzis. Houveram registros de furtos em 7 das 12 regiões militares estabelecidas no país, sendo São Paulo o estado onde houve maior número de furtos. Ao longo dos últimos 10 anos, mais de 26,4 mil munições foram furtadas, sendo a maior parte delas munições de grosso calibre, como metralhadoras, fuzis e espingardas de uso restrito pelas “forças de segurança”.

Não é um caso isolado 

As informações apresentadas demonstram que os casos como o do furto do Arsenal de Guerra em Barueri, onde 21 metralhadoras e 2 fuzis foram desviados e depois encontrados sendo vendidos para paramilitares da Gardênia Azul, no Rio de Janeiro, não são isolados e se somam a um extenso histórico de desvios de armas e munições praticadas pelo Exército reacionário brasileiro. Além disso, os dados indicam a participação ativa de militares de alta patente nos casos de desvio, como foi o do sargento Carlos Alberto de Almeida, apontado na época de sua prisão como “o maior armeiro do tráfico” por comercializar diversas armas do Exército entre os grupos paramilitares da zona oeste do Rio de Janeiro.

Outro caso emblemático foi o do major Leonardo Machado de Azevedo, denunciado em 2017  denunciado por desviar armas de fogo apreendidas e fraudar o registro das armas que recebia no quartel, dando-as como destruídas no sistema, como apontou reportagem do portal Intercept. 

Combate fajuto

Mesmo com as extensas provas de que é o Exército o principal responsável por armar os grupos paramilitares que atuam nas grandes metrópoles (e, se fornecem as armas, não é de se duvidar que também auxiliam no contrabando de outros apetrechos ou mercadorias para os grupos), os sucessivos governos insistem em acioná-los para combater esses mesmos grupos, como ocorreu na Intervenção Militar no Rio de Janeiro em 2018, ou nas ocupações de favelas como o Complexo do Alemão e do Complexo da Maré. Mesmo esse ano, o Exército voltou a ser acionado por operações de Garantia da Lei e da Ordem para operar em regiões como portos para “combater o tráfico”. 

Os militares, por sua vez, uma vez acionados para o “combate”, não hesitam em empreender o máximo de violência nas operações. A já citada ocupação do Complexo do Alemão, ou mesmo a Intervenção Militar no Rio de Janeiro, são prova cabal dessa atuação terrorista dos militares nas favelas e bairros periféricos, repleta de violações aos direitos do povo, assassinatos e execuções. 

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
Agora, mais do que nunca, AND precisa do seu apoio. Assine o nosso Catarse, de acordo com sua possibilidade, e receba em troca recompensas e vantagens exclusivas.

Quero apoiar mensalmente!

Temas relacionados:

Matérias recentes: