Exército vai comprar 420 blindados para repressão contra o povo com R$ 1,4 bilhão do ‘Novo PAC’

Com "Novo PAC", Luiz Inácio prometeu melhorar a economia, mas servirá para reforçar a repressão.
Blindado no Complexo da Maré em 2014. Foto: ERBS JR./Estadão Conteúdo

Exército vai comprar 420 blindados para repressão contra o povo com R$ 1,4 bilhão do ‘Novo PAC’

Com "Novo PAC", Luiz Inácio prometeu melhorar a economia, mas servirá para reforçar a repressão.

O Exército brasileiro vai comprar 420 viaturas blindadas com R$ 1,4 bilhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os blindados comprados são conhecidos como “Guaicurus”, da empresa italiana Iveco, e são utilizados em operações de “transporte, reconhecimento, combate e manutenção da paz”.

Segundo o Exército reacionário, a Iveco vai desenvolver uma infraestrutura local para montagem de viaturas. Os 420 blindados serão entregues ao longo dos próximos 10 anos, segundo o contrato.

A verba vem do “Novo PAC”, que foi anunciado pelo governo federal de Luiz Inácio (PT) como uma medida que traria benefícios para o povo. No evento de inauguração realizado no Rio de Janeiro, o mandatário prometeu rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, obras de mobilidade urbana e outras que “farão a roda da economia voltar a girar”. Ao que parece, o governo esqueceu-se de avisar que também conduziria o reforço no aparato de repressão militar contra o povo.

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Dentre as atribuições do blindado indicadas pela empresa responsável está a sua utilização em operações de manutenção de paz. Blindados com a mesma função, e que foram utilizados pelas Forças Armadas brasileiras na Missão de Paz no Haiti, já foram anteriormente empregados em operações nas favelas no Rio de Janeiro pelo Exército entre 2014 e 2018.

Em 2015, durante o uso de blindados na ocupação da Maré, o veículo militar Mowag deu apoio operacional para uma operação dos militares que terminou com um acidente trágico para um trabalhador. Um cabo do exército atirou seis vezes na lateral do carro, com seu fuzil 762, e justificou-se dizendo que havia sido alvejado por criminosos anteriormente – uma alegação comum diante da matança em operações rotineiras contra o povo nas favelas e periferias, não somente do Rio de Janeiro.

Na realidade, trata-se de uma guerra contra o povo que se mantém ano após ano, governo após governo. No ano em que os blindados foram utilizados contra o povo trabalhador do Complexo da Maré, agentes militares estatais mataram 4.224 pessoas, enquanto somente 437 policiais foram mortos.

As Forças Armadas também receberam outra boa notícia: em meio à expectativa de anúncio de cortes orçamentários, José Múcio, ministro da Defesa, garantiu que as verbas para a pasta que engloba as três forças armadas reacionárias não serão afetadas. No total, o ministério conta com R$ 11,8 bilhões.

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