No último dia 3 de setembro, a exposição “Independência em Risco” foi retirada um dia depois de sua instalação na Câmara de Vereadores de Porto Alegre por conta de uma charge de Carlos Latuff que mostra o fascista Jair Bolsonaro lambendo o sapato do presidente ianque Donald Trump. A exposição continha outras charges sobre o governo de Bolsonaro e dos generais.
Segundo a vereadora Mônica Leal (PP), que preside a Casa, a exposição foi encerrada por conta do “caráter ofensivo” contra Bolsonaro. “Eu saí do meu gabinete e fui conferir. Fiquei chocada, surpresa com a charge do presidente Bolsonaro beijando botinas do Trump ou do presidente Trump defecando na embaixada do Brasil. Isso não pode acontecer. Temos que se pautar no respeito, na razoabilidade”, disse Monica.
Em ato de completa subserviência, Bolsonaro bate continência para a bandeira do USA. Imagem: Reprodução
Entidades democráticas qualificaram o ato como censura e se pronunciaram contra o cancelamento da exposição, como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors), que, em nota, afirmaram:
“A diretoria do Sindjors repudia toda atitude de censura, repressão ou cerceamento de trabalho de profissionais da imprensa, assim como defende a total liberdade de expressão e de atuação dos nossos colegas”, disse o comunicado, que também foi assinado pela Fenaj.
O cartunista Latuff se posicionou sobre o fato e afirmou que o foco principal do desenho foi criticar a subserviência do governo brasileiro ao USA.
“Quando tem um presidente que faz saudação à bandeira americana, quando seguidores desse presidente vão às ruas com bandeiras dos Estados Unidos, fica muito claro a subserviência do governo brasileiro ao governo americano. Não é questão de imitar, é de se submeter”, disse.