Filipinas: Operários reprimidos por fazerem greve

Filipinas: Operários reprimidos por fazerem greve

Uma massiva greve de operários de uma fábrica de alimentos em Marilao, província de Bulacan, foi violentamente reprimida pela polícia, no dia 14 de junho. Ao todo, 21 operários foram presos e outros 10 ficaram feridos com golpes de bastão e cassetetes. O movimento atingira na ocasião 12 dias de greve e ganhou amplo apoio popular.

A repressão foi desatada pela polícia sob ordens do Tribunal Regional de Bulacan, que determinou o fim da prática de piquete e, na prática, negou aos trabalhadores seu direito à greve iniciada no começo de junho. Indignados, os trabalhadores rechaçaram a decisão e entrincheiraram-se na fábrica, construindo barricadas nas entradas. A ação dos grevistas ganhou rápido apoio de estudantes e jovens que concentraram-se em frente à fábrica para prestar-lhes apoio e solidariedade.

O presidente fantoche do velho Estado semicolonial, Rodrigo Duterte, foi diretamente responsabilizado pela violência contra os trabalhadores. “A repressão à greve dos trabalhadores da NutriAsia mostra o compromisso de Duterte de sufocar todas as formas de dissidência e resistência. Ela mostra seu compromisso em sacrificar as vidas dos filipinos para garantir os superlucros e o bem-estar de seus amigos ricos e de grandes empresas.”, denunciou um dos movimentos atuantes na luta chamado Anakbayan, em comunicado.

Os proletários exigiam melhores salários, condições dignas de trabalho, a reintegração de trabalhadores demitidos em meio à greve e a regularização completa de seus contratos (menos de 10% dos empregados têm um contrato regular, com todos os direitos trabalhistas garantidos). Uma outra exigência foi que o sindicato da categoria seja reconhecido e que se tenha os direitos sindicais aplicados.

As condições de trabalho nas Filipinas são bastante precárias e em processo de deterioração desde 1990. Em 2007, mais de 20% da população estava subempregada (ou seja, sem contratos regulares, com todos seus direitos garantidos).

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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