Reina Mae Nasino no funeral de Baby River.
Organizações democráticas se manifestaram contra o regime de Rodrigo Duterte e seu estado policial após a morte da bebê River Nasino, de apenas 3 meses de idade. River nasceu na prisão em julho deste ano, ela era filha de uma militante urbana, Reina Mae Masino, presa numa ação arbitrária da polícia nacional em novembro do ano passado, junto de mais 60 ativistas, sob suspeita de armas de fogo e explosivos. Desde então, campanhas foram realizadas pela soltura dos presos, especialmente de Reina Mae, que havia sido separada de sua filha de apenas 1 mês, “frágil e abaixo do peso”, segundo nota da Barra Integrada das Filipinas (IBP).
Manifestantes com cartazes pedindo “Liberdade a Reina Mae Nasino!”
Reina Mae Nasino assiste ao velório da filha
A criança, sem cuidado da mãe, morreu no dia 12 de outubro de 2020, mas somente agora Reina Mae pôde visitar seu túmulo. Mesmo assim, o estado policial fez do ato de solenidade um show de horrores: a vigília de Reina Mae foi cercada de militares e 100 policiais, a família foi assediada e a mãe teve que ficar algemada todo o período em que esteve frente ao corpo de sua filha.
A IBP, associação obrigatória de advogados filipinos), lançou uma nota chamada “Bebês possuem direitos” questionando a brutalidade de todo o manejo judicial do caso, finalizando com “permitamos que nossa preocupação, desânimo ou raiva e as lágrimas que possamos verter pelo Bebê River Nasino energizar nossa determinação e ação coletiva para melhorar o sistema judicial. Não deixemos nossas crianças inocentes caírem pelas brechas no sistema. Bebês possuem direitos e nós temos deveres em cuidar deles. Deixemos que nossa humanidade esteja mais elevada que confortos pessoais ou os privilégios do poder”.¹
A organização democrática Kabataang Makabayan (KM), parte da Frente Nacional Democrática das Filipinas, também lançou nota², dizendo que “não há dúvidas que há nas mãos do ditador Duterte, de seus capangas e cada carrasco e fascista a ele submisso o sangue do inocente bebê!”. Quanto aos acontecimentos mais recentes, diz “este é o aparecimento de um regime fascista que teme o poder das massas. Mata até bebês como Baby River. Uma mãe enlutada é considerada uma ameaça. A crítica e a simpatia são consideradas terrorismo.”
Um porta-voz do Partido Comunista das Filipinas (PCF), que desenvolve a guerra popular no país, Marco L. Valbuena, escreveu em sua conta no Twitter: “Condenar a PNP (polícia nacional) e o Gen. Sinas pela disposição de brutos policiais no funeral de Baby River. Sua crueldade com mulheres e crianças é prova de sua fidelidade inquestionável ao tirano Duterte. Sinas e Duterte irão pagar!”³. Sobre Reina, também disse: “Ina, sua demonstração de firmeza é admirável. Você possui um coração puro pelo povo. Nós estamos com você!”⁴.
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