Forças Armadas usam dinheiro público para comprar 700 toneladas de picanha e 80 mil cervejas no ano de 2020

Forças Armadas usam dinheiro público para comprar 700 toneladas de picanha e 80 mil cervejas no ano de 2020

Mais de 700 toneladas de carne de primeira (picanha) foram compradas com dinheiro público pelas Forças Armadas reacionárias. Foto: Banco de dados AND.

Documentos revelados pelo monopólio de imprensa mostram gastos exorbitantes com dinheiro público feito pelas Forças Armadas reacionárias. De acordo com o relatório divulgado primeiramente pelo site “Congresso em Foco”, os militares compraram 700 toneladas de picanha e 80 mil cervejas durante o ano pandêmico de 2020.

O documento revela ainda que foi dinheiro público o usado para bancar centenas ou até mesmo milhares de churrascos feitos pelas Forças Armadas reacionárias. Isso corrobora com outros fatos, como a pífia montagem digital de máscaras feitas pelo Exército para simular que estavam se preocupando em não propagar a Covid-19, e demonstram que enquanto a maior parte da população se preocupava em respeitar o isolamento social, os militares reacionários de nosso país se esbaldavam em festas bancadas com dinheiro público.

Como exemplo, em pregão eletrônico realizado pelo 38° Batalhão de Infantaria foram adquiridas 500 garrafas da cerveja Stella Artois a R$ 9,05 cada, também foram adquiridos 3.000 garrafas de Heineken a R$ 9,80 cada. Já o Batalhão de Infantaria de Selva adquiriu 3.050 garrafas de Eisenbahn a R$ 5,99.

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Comando do Exército foi a agremiação que mais gastou com picanha

Dados do Portal da Transparência mostram que foram adquiridas 569,2 toneladas de carne. Já a Marinha adquiriu 88 toneladas. No total foram 76 processos licitatórios para compra desses tipos de alimentos, sendo adquiridos 714 toneladas do corte.

Em um desses, a Diretoria de Abastecimento da Marinha, comprou 13.670 quilos de picanha, custando R$ 84,14 o quilo. Em outro processo licitatório foram adquiridos 62.370 Kg de miolo da alcatra por R$ 82,37 o quilo. 

Há suspeitas de que até 60% do preço dos produtos adquiridos estejam com sobrepreço. 

No ano de 2020 registrou-se uma brusca queda no consumo de carne bovina no Brasil. O índice de compra do item regrediu ao menor nível em 25 anos (29,3 quilos por habitante). O desemprego, a redução de renda de grande parte da população contribuíram para a exclusão da carne no consumo usual de várias famílias. Tendo se tornado algo como artigo de lixo para grande parte da população, os militares, porém, seguiram caminho oposto.

Na representação enviada por alguns parlamentares sobre os gastos exorbitantes ao Procurador Geral da República, Augusto Aras, há comparações de preços entre os pagos pelas Forças Armadas nos leilões e os preços dos mesmos produtos em alguns supermercados. Como é o caso das latas da cerveja Bohemia Puro Malte, adquiridas pela 9° Brigada de Infantaria Motorizada do Exército pelo preço de R$ 4,33 e que, como revela o documento, é vendida por R$ 2,59 em outros mercados, ou seja, um valor 67% menor do que o pago pelo Exército que na ocasião adquiriu 1.008 latas.

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