Soldados ianques e fantoches afegãos bombardeiam a vila de Layadira, na província de Kandahar, em fevereiro de 2013. Foto: Bryan Denton / New York Times.
No dia 5 de junho, as forças ianques no Afeganistão voltaram a lançar ataques aéreos contra o Afeganistão desde o cessar-fogo proposto pelo Emirado Islâmico do Afeganistão (Talibã) às forças títeres afegãs, lacaias do imperialismo ianque. Os dois ataques registrados foram realizados nos dias 4 e 5 de junho, nas províncias de Kandahar e Farah, respectivamente, segundo o porta-voz do Estados Unidos (USA), Sonny Leggett, em publicações na internet.
“Esses foram os primeiros ataques aéreos do USA contra os talibãs desde o início do cessar-fogo do Eid”, escreveu Leggett. O cessar-fogo anunciado pelo Talibã foi o segundo em todos os 19 anos da guerra de libertação nacional no país e seu objetivo era a comemoração do feriado muçulmano de Eid al-Fitr, que demarca o fim do mês de jejum do Ramadã, e terminou no dia 26 de maio.
Durante o período sem agressões, houve uma queda geral da violência em todo o país, e o governo títere afegão, que foi excluído das negociações entre o Talibã e o imperialismo ianque, sujeitou-se e aceitou ouvir e negociar com o Talibã. Centenas de presos políticos talibãs foram libertos, inclusive, durante esse período, que se encerrou com a volta dos bombardeios ianques.
Os ataques aéreos são a forma de agressão mais utilizada pelas forças ianques no Afeganistão. O ano de 2019 registrou o recorde de bombardeios realizados pelo USA em toda a década: além dos ataques aéreos das forças afegãs, os ianques atiraram cerca de 7,4 mil bombas sobre as cabeças do povo afegão. Desde 2013, foram lançadas mais de 27 mil bombas ianques.
A GUERRA PROSSEGUE ATÉ O ÚLTIMO SOLDADO IANQUE DEIXAR O PAÍS
Segundo o acordo de rendição do USA ao Talibã assinado em 29 de fevereiro, estipulou-se que as tropas ianques deixariam, enfim, o Afeganistão em um período de 12 a 14 meses, o que não encerrou, tampouco, a guerra de agressão imperialista encabeçada pelo imperialismo ianque. Esta só se encerrará quando o último soldado da ocupação deixar por fim o território nacional afegão, e, atualmente, continuam no país menos de 12 mil efetivos.
Embora o Pentágono afirme estar preparando uma retirada de mais de 8 mil soldados do Afeganistão programada para o início de novembro, o secretário de Defesa ianque, Mark Esper, fez uma declaração no fim do mês de maio afirmando que o cenário da retirada é apenas uma opção, e “não particularmente forte”, mas que o plano continua a ser o de reduzir as tropas para 8,6 mil efetivos até julho.
O monopólio de imprensa New York Times havia anunciado um relatório militar que continha um cronograma para a retirada das forças antes da próxima farsa eleitoral estadunidense (agendada para novembro), mas Esper declarou que esse plano não parece provável no momento.
Enquanto a ocupação colonial não define prazos concretos para a sua derradeira saída do país, a Resistência Nacional afegã tampouco encerrou suas ações militares contra as tropas da invasão, como contra o regime colonial títere colocado no poder pelo imperialismo ianque.