Massas palestinas vão às ruas em celebrações pela derrota israelense
Após quase 3 dias de intensos confrontos que deixaram Palestina e Israel à beira de uma nova declaração oficial de guerra, o saldo da incursão sionista ao sul da Faixa de Gaza no último dia 11 começa a surgir nos dois lados da fronteira.
Na Palestina, após contabilizadas as perdas materiais e enxugadas as lágrimas dos heróis tombados, a população se uniu nas ruas aos militantes dos grupos de Resistência Nacional, organizados majoritariamente no Hamas e na Jihad Islâmica, para comemorar o fracasso completo da operação, que culminou, para Israel, em debandada de suas tropas, na baixa do tenente-coronel das mesmas (morto nas batalhas por combatentes palestinos) e na destituição de seu agora ex-Ministro da Defesa, Avigdor Lieberman. Músicas foram cantadas, doces foram distribuídos para as crianças e imagens de Lieberman foram incendiadas juntamente à gritos de protesto contra Israel, que se viu pressionado ao cessar-fogo momentâneo por conta da massiva resposta bélica da Resistência palestina.
Já nos territórios ocupados pelo Estado de Israel, a empolgação com as promessas do ex-Ministro da Defesa, ultradireitista que havia prometido tirar Gaza do mapa, deu lugar ao descontentamento generalizado dos colonos com o próprio governo, que em crise política por uma pugna em sua cúpula, se vê incapaz de cumprir seus planos mais escusos. Ironicamente, os mesmos colonos que sempre tentaram impregnar o estereótipo do terrorismo na população árabe local, aderiram aos pneus incendiados, ao arremesso de pedras e, desesperadamente, pediam para que seu governo não desistisse da ofensiva e não assumisse a derrota, mesmo com a iminência da mesma.
CRISE POLÍTICA E DESPRESTÍGIO
Expressão de Lieberman em renuncia é retrato da situação de Israel
O governo israelense entrou em sua maior crise de credibilidade com a própria população nos últimos tempos. O pedido de demissão de Lieberman veio acompanhado do anúncio de que o partido de extrema-direita Yisrael Beitenu, que o mesmo lidera, sairá da coalizão governista, enfraquecendo Netanyahu e abrindo a possibilidade de eleições fora de época.
Do outro lado, atentos à crise, a Jihad Islâmica na Palestina aproveitou o momento para fomentar o descrédito de Israel; um vídeo de um incidente em fevereiro, de autoria do grupo e que estava sendo negado pelo governo israelense e seu ex-Ministro da Defesa, foi divulgado ao público por meio do canal de televisão libanês Al Mayadin, onde tropas sionistas são aniquiladas por uma bomba de mastro implantada em uma bandeira palestina deixada em um posto de vigilância na fronteira, como uma falsa provocação. Nas mídias sociais do Hamas, uma mensagem foi publicada em escárnio ao Ministro destituído; junto de uma foto de Ismail Haniyah, líder do partido, a mensagem dizia: “Lieberman queria assassinar fisicamente Haniyah, mas a Resistência palestina armada assassinou politicamente Lieberman”. Fechando a tumba da fiabilidade sionista, que tentava chantagear a própria população dizendo que o ataque palestino ao ônibus israelense no último dia 13 havia deixado baixas civis, a Resistência Nacional divulgou a gravação que fez do ataque, onde ficou evidente o fato de que o veículo era de uso militar e estava com tropas sionistas fronteiriças, que também se converteram em baixas.
Colonos fecham vias em Israel por vergonha em assumir derrota
O caminho a ser trilhado
Uma nota divulgada no último dia 15 de novembro pela Associação de Nova Democracia Nuevo Peru (Hamburgo, Alemanha) ponderou a importância de se compreender o teatral cessar-fogo aderido por Israel e seus lacaios que “falam de paz enquanto aumentam o terror e o genocídio contra as massas do povo palestino”, e destacou que “a situação exige uma direção proletária [palestina] através de seu Partido Comunista”.
Palestinos incendeiam imagem do ex-Ministro da Defesa israelense Avigdor Lieberman
A declaração traz ainda um trecho retirado da 2ª edição da revista O Maoísta, de outubro deste ano, onde são abalizadas as necessidades da Resistência. “A Palestina é também um caso de autodeterminação, e tal autodeterminação só poderá ser alcançada com a vitória da Revolução Democrática na Palestina, através de uma Guerra Popular dirigida pelo Partido Comunista.”, ressalta o Comitê de Redação da revista citada.
Netanyahu agora se vê frente a pedidos de renúncia cada vez mais fortes por parte de seus colonos e o desenrolar dos fatos sinaliza para derrotas sionistas ainda mais incisivas no que há por vir, que com um futuro salto para uma direção revolucionária do proletariado palestino não mais se resumirão em quedas individuais dos representantes do sionismo, mas à completa insustentabilidade da dominação israelense.