O ato 11 dos “coletes amarelos”, na Praça da República, em Paris, em 26 de janeiro de 2019.RFI / Ninan Wang
Dezenas de milhares de pessoas marcharam pelas ruas da França no 11º protesto contra o governo Macron e suas medidas econômicas antipovo, no que ficou conhecido como protesto dos “coletes amarelos”, no dia 26 de janeiro. Os protestos ocorreram por todo o país pelo décimo primeiro final de semana seguido, englobando as cidades de Paris, Toulouse, Montpellier, Bordeaux, Marsella, Dijon, Lyon, Valence e Nantes, dentre outras.
Segundo o Ministério do Interior, o número de manifestantes foi superior a 60 mil pessoas. Apesar do alto número reconhecido pelo governo reacionário, há uma grande suspeita de que estes sejam números subestimados. Há hoje, em toda a Europa, um fenômeno que os manifestantes chamam de “bloqueio midiático”, porque a cobertura do monopólio de imprensa e os números divulgados pelas “autoridades” buscam reduzir a vitalidade dos protestos, visando esvaziá-los.
A massa de manifestantes, mais uma vez, pediu a renúncia de Emmanuel Macron – exigência que prossegue desde novembro de 2018, quando iniciaram-se os protestos.
A repressão novamente se impôs violentamente contra os protestos. Pelo menos 223 jovens e trabalhadores foram detidos, alguns deles por responderem com justa violência à repressão iniciada pela polícia, que queria acabar com os protestos, a mando do governo. Em Paris, próximo da Praça da Bastilha, um trabalhador, Jerôme Rodrigues – um ativista pacifista –, foi gravemente ferido no olho após ser atacado por policiais franceses.
Além da repressão oficial, um grupo fascista de extrema-direita autodenominado Zouaves – formado por ex-militantes do grêmio estudantil de extrema-direita GUD – atacou violentamente um bloco de ativistas do autodenominado Novo Partido Anticapitalista, uma organização trotskista francesa. Duas pessoas foram feridas pelos fascistas.
Em Montpellier, sul da França, um policial foi ferido pelos manifestantes com um bomba incendiária caseira, em resposta à violenta repressão iniciada pelos agentes. Já em Bordeaux, sudoeste do país, grupos de jovens combatentes prosseguiram com os protestos durante a madrugada, resistindo à repressão policial com fogos de artifício e bombas incendiárias.