Manifestação dos ‘coletes amarelos’ em abril de 2019. Foto: Gonzalo Fuentes/Reuters
Em Paris, no 45° ato dos incansáveis “coletes amarelos”, os manifestantes, em fúria contra a “reforma da Previdência” de Emmanuel Macron, quebraram vitrines e janelas de agências bancárias, ergueram barricadas em chamas e dentre outras ações, no dia 21 de setembro. Para esmagar a revolta popular, o Estado imperialista francês mobilizou um enorme contingente de agentes da repressão.
De acordo com o monopólio de imprensa, houve 41 ações de pichações em fachadas, janelas e vitrines de bancos. Seis paradas de ônibus tiveram suas janelas quebradas. Os manifestantes removeram as propagandas nas paradas e os substituíram por cartazes anti-imperialistas. Além disso, duas bancas foram quebradas.
Em Boulevard Saint-Michel (VI), duas portas automáticas do Banque Populaire foram quebradas e deslocadas. As massas também atearam fogo em lixeiras e objetos na rua. No setor da Champs-Elysées (VIII), a loja da Zara teve sua porta quebrada. Duas bancas foram quebradas, outras seis foram pichadas. No local, também, os bombeiros tiveram que intervir em vários focos de incêndio.
As massas se levantam, a reação treme
A polícia francesa deteu 106 manifestantes durante o 45° ato dos “coletes amarelos”. Com receio de um protesto combativo, foram mobilizados 7,5 mil policiais para a repressão do evento.
O protesto que contava com a massa rebelada foi dispersado através de gás lacrimogêneo e prisões em massa, sob o pretexto de que a manifestação “não haveria sido autorizada” pelo Estado francês.
Antoine, de 26 anos, disse ao portal Libération que o aparato repressivo cada vez maior tem sido mobilizado desde 2016, após a jornada de protestos contra a “reforma trabalhista”. Ele conta que, desde que chegou no local da manifestação, teve sua identidade checada quatro vezes, e em uma das vezes teve suas partes íntimas checadas por um policial para “ter certeza de que o manifestante não escondia nada”.
A polícia, que atacava qualquer aglomeração de pessoas paradas no local, era vaiada pelos ativistas, que entoavam: Que vergonha! e Ditadura em marcha!
Uma mulher que, apesar das bombas de gás lacrimogêneo, continuou na marcha, disse: “A polícia não está aqui para proteger os manifestantes, como disse Macron. Está aqui para impedir que se mobilizem. É por isso que as pessoas ficam agressivas, eles nos tiram a nossa liberdade”.
A polícia realizou mais de 1.250 pontos de revista, fechou trinta estações do metrô e cercou bairros inteiros do centro da capital pelo temor de “episódios violentos”.
Apesar da crescente repressão dos atos, os “coletes amarelos” se mobilizaram em sua 45° manifestação e, debaixo da violência policial, estiveram presentes em centenas de pessoas.