Militantes revolucionários marcham junto às massas e combatem medidas antipovo. Foto: Banco de Dados AND Pelo menos 25 mil pessoas marcharam pelas ruas da capital francesa, Paris, em mais um grande protesto de trabalhadores e jovens na autodenominada jornada dos “coletes amarelos”, no dia 23 de fevereiro. Este foi o décimo quinto fim de semana seguido no qual os manifestantes tomaram as ruas do país. Em Paris, os confrontos entre policiais e manifestantes ocorreram no fim da marcha, quando os agentes da repressão atiraram deliberadamente contra o protesto, ferindo 28 pessoas. Os jovens trabalhadores responderam com pedras, garrafas e outros objetivos, arremessando-os contra a tropa policial. Em Clermont-Ferrand, no departamento de Puy-de-Dôme, a marcha contou com pelo menos 6 mil pessoas, paralisando parcialmente toda a vida econômica da cidade. Ali, o protesto também foi interrompido com violência policial, com os agentes disparando tiros de bala de chumbo revestida com borracha. Pelo menos dez pessoas ficaram feridas e 33 pessoas foram detidas. Os jovens, em resposta, destruíram várias agências bancárias e grandes lojas comerciais. As cidades de Rennes, Toulouse, Bordeaux e outras também foram sacudidas pelas marchas, nas quais participaram, ao todo, um montante superior a 15 mil pessoas. Os jovens trabalhadores e demais manifestantes prosseguem denunciando a “guerra econômica” aberta pelo governo imperialista de Macron contra as massas do proletariado e demais classes populares francesas. Desenvolve-se uma situação revolucionária Há décadas ocorrem na França numerosos levantamentos das massas proletárias dos subúrbios franceses (chamados de banlieues) contra execuções policiais e a brutal opressão perpetrada pelo chauvinismo francês e racismo. Em agosto de 2018, por exemplo, os subúrbios de Nantes e de outras regiões foram palco de grande rebelião que durou semanas e deixou centenas de veículos incendiados como repúdio a dominação. Agora, neste contexto de crise econômica somada aos ataques aos direitos do povo promovidos por um governo sufragado numa eleição com altos índices de boicote eleitoral – portanto, sem nenhuma legitimidade –, as massas populares, pisoteadas e desprezadas pela reação francesa, passaram a questionar espontaneamente a própria velha ordem, ampliando o campo fértil para a ação dos revolucionários. Os protestos têm tido a consistente atuação de revolucionários e comunistas dirigidos pelo Partido Comunista Maoista da França, que luta pela reconstituição da vanguarda proletária para fazer avançar a revolução socialista por meio de uma luta armada revolucionária como guerra popular. |