No último sábado, dia 20 de abril, a França foi sacudida por nova rebelião popular durante o 23º protesto dos “coletes amarelos”. Desta vez, o motivo das manifestações foi a doação bilionária para reconstrução da igreja de Notre-Dame enquanto os trabalhadores franceses padecem com a crise que atinge o país.
Milhares de pessoas foram às ruas de Paris e em diversas partes da França com cartazes com as seguintes frases: ‘Milhões para Notre-Dame, e para nós, os pobres?’, ‘Tudo para Notre-Dame, nada para os miseráveis’ e ‘Somos todas as catedrais’.
Temendo a revolta das massas, as “autoridades” do Estado francês mobilizaram um grande destacamento policial. Algumas fontes apontam que 60 mil policiais foram convocados, sendo 5 mil deles na capital. Como em protestos anteriores, os agentes de repressão atacaram os manifestantes. Estes, por sua vez, responderam lançando pedras e incendiando motocicletas, principalmente na Place de la Republique e na Boulevard Richard Lenoir.
Ao todo, 227 manifestantes foram presos, incluindo menores de idade, segundo informações veiculadas no monopólio da imprensa. Além de Paris, outras manifestações foram realizadas em Toulouse, Montpellier e Bordeaux.
O caminho da luta
Na atual edição impressa (nº 222) do jornal A Nova Democracia, foi publicado o artigo ‘Coletes amarelos’: As massas querem um novo caminho’, de Jailson de Souza, que apontou:
“[…] O início da explosão espontânea de operários, trabalhadores, profissionais liberais, estudantes e pequenos proprietários foi o aumento de imposto que elevou o preço dos combustíveis, medida anunciada pelo governo Macron. A medida propiciava diretamente uma alta geral dos preços de praticamente todas as mercadorias, uma vez que o combustível é necessário para escoar boa parte da produção industrial e agrícola.
Como analisou o Partido Comunista Maoista da França (PCmF) – que tem dirigido parte dessas massas e apontado o caminho da Revolução Socialista, uma república proletária a ser conquistada com guerra popular –, ‘os ‘coletes amarelos’ representam um retorno brutal e triunfante da luta de classes nas vidas diárias dos burgueses. Hoje, eles se veem obrigados a dizer que ‘a República está ameaçada’. Sim, eles não estão errados! Essa República burguesa não nos pertence e pode morrer sem nenhum constrangimento. Desde a Comuna, sabemos que esta República assassina o povo quando ele se levanta, que é uma ferramenta da classe dominante e parasitária’.”