França: Estudantes tomam centenas de escolas

França: Estudantes tomam centenas de escolas

Estudantes do ensino médio que protestam contra as reformas da educação do governo francês colocam fogo em lixo em Marselha, no sul da França, nesta quinta-feira (6)  — Foto: Gerard Julien / AFP

Mais de 280 escolas e universidades foram transformadas em trincheiras de combate por estudantes secundaristas e universitários, na França. Os jovens rechaçam a contrarreforma educacional, proposta pelo governo de Emmanuel Macron – o movimento ganhou força no começo de dezembro por influência do levante popular contra o aumento dos impostos no consumo (o chamado protesto dos “coletes amarelos”).

Desde o dia 2 de dezembro as escolas secundárias, liceus e universidades têm sido palco de lutas. Neste dia, o liceu de Blagnac, em Toulouse, foi incendiado pelos estudantes, como forma de exigir a completa revogação da contrarreforma. No colégio Victor Hugo, em Marselha, estudantes também atearam fogo em lixeiras, impedindo o acesso da polícia. Em Seine-Saint-Denis, em mais de 24 colégios e liceus houve protestos em rechaço à contrarreforma, enquanto em Val-d’Oise, foram registrados levantes estudantis em pelo menos 15 liceus. Em Val-de-Merne, os estudantes fecharam escolas com barricadas em chamas e uma viatura foi incendiada. No dia 3, os protestos prosseguiram e, em pelo menos 188 liceus foram registrados levantamentos, por toda a França, segundo o próprio Ministro do Interior, Christophe Castaner.

Mais de 700 estudantes secundaristas (a ampla maioria, menores de idade) foram detidos desde o dia 2 numa onda de repressão. Os estudantes criticam particularmente as reformas do exame de final do secundário e do liceu, a plataforma de acesso ao ensino superior “Parcoursup” e a criação do serviço nacional universal (serviço cívico obrigatório de um mês aos jovens com 16 anos).

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