Mais de 280 escolas e universidades foram transformadas em trincheiras de combate por estudantes secundaristas e universitários, na França. Os jovens rechaçam a contrarreforma educacional, proposta pelo governo de Emmanuel Macron – o movimento ganhou força no começo de dezembro por influência do levante popular contra o aumento dos impostos no consumo (o chamado protesto dos “coletes amarelos”).
Desde o dia 2 de dezembro as escolas secundárias, liceus e universidades têm sido palco de lutas. Neste dia, o liceu de Blagnac, em Toulouse, foi incendiado pelos estudantes, como forma de exigir a completa revogação da contrarreforma. No colégio Victor Hugo, em Marselha, estudantes também atearam fogo em lixeiras, impedindo o acesso da polícia. Em Seine-Saint-Denis, em mais de 24 colégios e liceus houve protestos em rechaço à contrarreforma, enquanto em Val-d’Oise, foram registrados levantes estudantis em pelo menos 15 liceus. Em Val-de-Merne, os estudantes fecharam escolas com barricadas em chamas e uma viatura foi incendiada. No dia 3, os protestos prosseguiram e, em pelo menos 188 liceus foram registrados levantamentos, por toda a França, segundo o próprio Ministro do Interior, Christophe Castaner.
Mais de 700 estudantes secundaristas (a ampla maioria, menores de idade) foram detidos desde o dia 2 numa onda de repressão. Os estudantes criticam particularmente as reformas do exame de final do secundário e do liceu, a plataforma de acesso ao ensino superior “Parcoursup” e a criação do serviço nacional universal (serviço cívico obrigatório de um mês aos jovens com 16 anos).