Massas se rebelam durante protesto contra a reforma da Previdência na França. Foto: AFP
A greve geral de tempo indefinido contra a reforma da Previdência atingiu uma semana de protestos massivos por toda a França em 11 de dezembro. Esse dia foi marcado por grandes enfrentamentos entre manifestantes e a polícia.
Na ocasião, ocorreram confrontos em cidades como Bordeaux, Lyon, Nantes, entre outras. Também, à frente de diversas escolas de ensino médio, estudantes que se dirigiam às manifestações enfrentaram os agentes da repressão e, na cidade de Cavaillon, a juventude combatente ateou fogo à dois camburões, e policiais foram apedrejados.
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No dia 10, 339 mil pessoas participaram das manifestações da greve, entre operários, funcionários do sistema de saúde, estudantes, bombeiros e manifestantes do movimento “Coletes Amarelos”, refletindo o amplo nível de insatisfação com as políticas neoliberais de Emmanuel Macron, que aprofundam a exploração do povo francês. Trabalhadores grevistas bloquearam sete das oito refinarias de petróleo da França e o transporte público na capital permaneceu quase parado.
Além disso, já foram marcados mais protestos nos dias 12 e 17 de dezembro.
Governo de Macron cede devido aos protestos populares
Diante dos massivos protestos, o governo de Macron foi obrigado a fazer concessões, mudando a aplicação das medidas para os nascidos após 1975, e não 1963, como acordado anteriormente.
“Decidimos não mudar nada para aqueles que já contribuíram para sua aposentadoria há pelo menos 17 anos, o que significa para aqueles sob o regime geral de aposentadoria – aqueles nascidos antes de 1975 e que terão mais de 50 anos em 2025”, acrescentou o primeiro-ministro da frança, Édouard Philippe sobre o novo plano da reforma previdenciária, na tentativa de apaziguar a revolta do povo.
Os protestos de dezembro de 2019 são os maiores desde que Macron chegou ao poder em 2017, prometendo cortar gastos públicos e tornar a economia “mais competitiva”.
Juventude revolucionária se faz presente nas manifestações
A organização Jeunnes Révolutionnaires (Jovens Revolucionários), da França, tem feito uma grande campanha de agitação e propaganda pela greve geral de tempo indeterminado contra a reforma da previdência, assim como esteve presentes em blocos vermelhos e combativos, dando um caráter revolucionário às manifestações.
Bloco dos Jovens Revolucionários em uma manifestação da Greve Geral no dia 10
Jovens Revolucionários fazem propaganda e agitação com o jornal popular Cause du Peuple
Panfleto distribuído pela Jeunnes Révolutionnaires