O governo reacionário de Emmanuel Macron apresentou sua contrarreforma trabalhista para precarizar e superexplorar o proletariado francês, no dia 31/08.
Entre os pontos mais absurdos da contrarreforma, destaca-se a proposta que visa aumentar a carga horária de 35 para 60 horas semanais, dando aos monopólios a possibilidade inclusive de impor turnos de até 12 horas.
O ataque visa ainda restringir o direito à hora extra e folgas em alguns casos. A isso soma-se a proposta dos monopólios imporem as jornadas aos trabalhadores individualmente, à margem das negociações diretas com a associações sindicais.
Outra “medida” visa facilitar as demissões de trabalhadores aos monopólios transnacionais, diminuindo o valor anteriormente estabelecido da indenização a ser paga ao trabalhador demitido.
Macron também anunciou que este pacotaço antipovo não passará pelo crivo e emendas do legislativo, mas será aprovado diretamente via decreto presidencial e posteriormente sancionadas pelo parlamento.
As massas quem pagam a crise
A França passa por uma aguda crise econômica, com o desemprego alcançando 10% da população ativa. Para enfrentá-la, o Estado imperialista necessita aumentar a sua reacionarização, submetendo o legislativo ao Executivo e as massas à maior exploração das corporações monopolistas, que terão toda a liberdade para saquear a classe operária.
A “reforma” também visa recuperar a credibilidade dos monopólios franceses e demonstrar poder de influência na “União Europeia”, para avançar a uma maior pressão com a Alemanha para reformar a “União Europeia”, na tentativa de conseguir uma melhor condição para disputar a hegemonia e os superlucros obtidos da exploração das áreas de influência do “bloco”.
Tudo indica que o reacionário Macron terá que enfrentar uma dura resistência do proletariado. Ele mesmo admitiu, cinicamente, que “os franceses odeiam reformas”, referindo-se aos cada vez mais constantes ataques contra os direitos do povo francês. Sua desmoralização está já em alta desde a farsa eleitoral, realizada em maio deste ano, onde 23% se abstiveram e 50% dos jovens entre 18 e 25 anos não votariam, segundo o jornal reacionário Der Spiegel.
“Com Macron enfrentaremos uma guerra econômica”, afirmou o trabalhador Cheker Messaoudi, 29 anos, descendente de tunisiano, em entrevista ao New York Times então às vésperas da eleição, em maio.
Polícia francesa ataca manifestação contra reforma trabalhista, 15/09/2016, à época proposta pelo reacionário François Hollande. Novos protestos prometem estremecem o país