Mulheres protestam em frente à prefeitura de Paris contra a nomeação de um homem acusado de estupro como Ministro do Interior. AP Photo/ François Mori
Protestos massivos aconteceram em toda a França, no dia 10 de julho, após a nomeação de um homem acusado de estupro para ministro de Interior pelo presidente reacionário Emmanuel Macron. Tanto na cidade de Dijon, quanto na capital Paris, entre outras cidades, mulheres tomaram parte em protestos multitudinários, assim como nas Embaixadas francesas em capitais de países como Londres (Inglaterra), Sydney (Austrália), Berlim (Alemanha), entre outras.
As ações começaram no dia 10/07 de manhã, em Dijon, onde o novo ministro do Interior Gerald Darmanin e o primeiro-ministro Jean Castex se reuniam com a polícia. Centenas de mulheres protestam fora do local onde se encontravam os políticos.
Mais tarde, em frente à prefeitura de Paris, outras centenas também protestaram carregando cartazes e gritando palavras de ordem contra a nomeação do novo ministro do Interior, o novo ministro da Justiça e a gerência do reacionário Macron, que havia prometido fazer da igualdade entre mulheres e homens e o combate à violência sexual da mulher a “grande causa” de seu mandato de cinco anos.
Uma grande faixa preta colocada em frente a prefeitura constava: Darmanin nomeado, vítimas desdenhadas.
Mulheres protestam em frente à prefeitura de Paris contra a nomeação de um homem acusado de estupro como Ministro do Interior. AP Photo/ François Mori
Também, em outro protesto em frente ao Ministério da Justiça, dezenas de mulheres protestavam e entoavam palavras de ordem como Nenhum estuprador no Ministério do Interior, nenhum cúmplice no Ministério da Justiça!.
Já no interior da França, cerca de 600 manifestantes fecharam as ruas de acesso à prefeitura da cidade de Bordeaux. Cerca de 700 pessoas também se manifestaram em Nantes e em Lyon, 500.
No primeiro protesto, ocorrido ainda no dia 7 de julho, perto do Palácio Elysee do presidente e do Ministério do Interior, cerca de 20 manifestantes, na sua maioria mascarados, acenderam sinalizadores durante o protesto, combatendo às agressões de um grupo de policiais.
Massas rejeitam a nomeação
O novo ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, é acusado de estupro por duas mulheres: uma delas denuncia que em 2009 ele a pressionou a ter relações sexuais com ele em troca de ajuda jurídica; a outra vítima afirma que havia sido forçada a ter relações sexuais com Dermanin no período em que este fora autarca na cidade de Tourcoing, no Norte da França, em troca de um lugar na autarquia.
Já o novo ministro da Justiça, Éric Dupond-Moretii, teve entre seus clientes enquanto advogado de defesa um ex-membro do governo francês acusado de estupro e agressão sexual e, além disso, se opôs à primeira lei do mundo contra provocações e outros assédios de rua, aprovada na França em 2018, como uma “piada”.