A unidade Lahav 433 da polícia sionista invadiu ontem (5/11) o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, numa operação tida como “sem precedentes”.
A operação está ligada à crise militar em curso no Estado genocida, propelida pela revelação de um escândalo de vazamento de dados militares e falsificação das atas do Gabinete de Guerra de Netanyahu. Oficiais militares israelenses foram presos em decorrência das investigações.
Escândalo, demissões e protestos
Pouco antes da quebra de silêncio sobre o escândalo, informações na imprensa internacional reportaram que oficiais do alto escalão sionista estavam pressionando Netanyahu para lograr um cessar-fogo.
A disputa pelo cessar-fogo, cobrado pela população que vive no território ocupado mesmo que signifique atender as exigências do Hamas, tem sido um constante motor de crise no Estado sionista. Setores ligados à extrema-direita sionista religiosa, como Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, rejeitam quaisquer propostas de cessar-fogo e chegaram a sabotar negociações.
No dia 5/11, a crise escalou quando Netanyahu anunciou a demissão do ministro da Defesa Yoav Gallant, sob justificativas de uma “crise de confiança”. Gallant foi substituído pelo ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, que é tão sionista e criminoso de guerra quanto seu antecessor.
Nas ruas, a população que vive em Israel voltou a protestar contra a demissão e pelo cessar-fogo. “Quanto mais sangue terá de ser derramado até que os acusados (de corrupção) saiam?”, gritaram alguns manifestantes, em referência ao corrupto Netanyahu. Alguns revoltosos entraram em confronto com a polícia e 40 pessoas foram presas.
Ataques em Tel Aviv
A base da crise está na atuação da Resistência Árabe, que permanece forte e unida na luta antissionista desde o dia 7 de outubro.
Enquanto o alto escalão sionista desmoronou nos últimos dois dias, guerrilheiros libaneses do Hezbollah mataram 21 sionistas nas 24 horas entre os dias 5 e 6 de novembro; sinal de que, 40 dias após o assassinato de Hassan Nasrallah, a Resistência Islâmica segue no caminho da luta armada defendida pelo antigo líder.
Desde a Faixa de Gaza, foguetes foram lançados pelas organizações militares palestinas contra o território ocupado. Um dele cruzou o céu até a capital comercial Tel Aviv.
As vitórias militares dos guerrilheiros, em meio à crise geral em Israel, favorecem o avanço político dos anseios do povo palestino, seja no próprio campo da guerra, com operações ofensivas, ou mediante as imposições dessas ambições seculares pela Resistência Nacional no terreno político.