GO: 100 famílias camponesas acampadas em Lagoa Santa despejadas pela Polícia Militar

A PM de Goiás reprimiu no dia 22 de março mais de 100 famílias em luta pela terra, que enfrentam latifundiários, governo estadual em ofensiva contra camponeses.

GO: 100 famílias camponesas acampadas em Lagoa Santa despejadas pela Polícia Militar

A PM de Goiás reprimiu no dia 22 de março mais de 100 famílias em luta pela terra, que enfrentam latifundiários, governo estadual em ofensiva contra camponeses.

* Com informações da Comissão Pastoral da Terra de Goiás (CPT-GO) e de um morador de Lagoa Santa.

Ontem, 22/05, centenas de camponeses que estavam organizados com apoio do Movimento Terra Livre (MTL) foram despejados em Lagoa Santa (GO), na divisa com Mato Grosso do Sul. A ação aconteceu sem ordem judicial e contou com apoio da Polícia Militar e da prefeitura (Núcia Kelly – União Brasil).

Segundo a CPT-GO:

“Cerca de 100 famílias foram expulsas de suas moradias pelo Governo de Goiás nesta terça-feira, 22. Elas viviam no Acampamento Santa Maria-Reunidas, no município de Lagoa Santa, e foram despejadas sem ordem judicial. As famílias reivindicavam a destinação de duas fazendas improdutivas e com grandes dívidas com a União para a Reforma Agrária. Após andamento do processo para a desapropriação de uma das áreas, as famílias organizaram o acampamento, na esperança de ser assentadas na região. Organizações camponesas e entidades de defesa dos Direitos Humanos, juntamente com instituições da justiça, buscam formas de amparar as famílias, que, em sua maioria, não tem para onde ir.”

Quatro viaturas da PM-GO, um caminhão e retroescavadeira da prefeitura foram usados para remover as famílias e destruir os seus barracos e pertences. “Quando nós precisa dos trator aqui, pra servir nós nas fazendas, os trator estão sempre quebrados, falta petróleo, eles (prefeitura) falam que tá quebrado, mas pra fazer esse vandalismo aí o trator tá bom, tá ótimo”, denunciou um jovem que presenciou o despejo. O ex-prefeito de Lagoa Santa também fez declarações de aceno ao latifúndio, defendendo a polícia e ofendendo as famílias.

A Polícia Militar tem participado de toda ação contra o movimento camponês em Goiás, mesmo em terras da União ou que deveriam ser desapropriadas de acordo com a falida reforma agrária do Estado. Recentemente, duas ocupações do MST, em Vila Boa de Goiás e Itaberaí, foram reprimidas pela PM com envolvimento direto de Ronaldo Caiado (UB). Essa regra do sistema latifundiário é reforçada pelo governador, que é ligado ao Movimento Invasão Zero, organização paramilitar de latifundiários com representação no Congresso, e ao “Instituto Harpia Brasil”, instituição de extrema-direita sediada em Goiânia. Essas articulações acontecem sob a inércia e bênção do governo de Luís Inácio, que há poucos dias elogiou e defendeu o latifundista alagoano Arthur Lira, responsável também pela recente tentativa de despejo de centenas de famíliasda segunda maior área de conflito agrário em Alagoas.

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